Na segunda-feira comecei a ler um livro intitulado “Nenhum Olhar”, de José Luis Peixoto. Há muito que ouço falar deste jovem escritor, e tinha curiosidade em ler um dos seus livros, pelo que aproveitei os preços acessíveis da Feira do Livro de Moura.
Ainda li muito pouco para ter uma opinião formada, mas registei um dos comentários inscritos na lombada interior do livro:
«Livro luminoso, e ao mesmo tempo tristíssimo, ou seja, absolutamente português.»
José Eduardo Agualusa
Bela definição.
Ainda li muito pouco para ter uma opinião formada, mas registei um dos comentários inscritos na lombada interior do livro:
«Livro luminoso, e ao mesmo tempo tristíssimo, ou seja, absolutamente português.»
José Eduardo Agualusa
Bela definição.
7 comentários:
Achas mesmo que somos uns luminosos tristes?...
Teremos todos de lutar contra a maré, reinventemos o nosso fado, recuso-me a ser uma triste.
Não acho que sejamos uns tristes, acho que conseguimos ser luminosos na tristeza. Acho que somos equilibrados, não vivemos sempre em festa e precisamos do lado mais introspectivo e comedido da vida.
Não fiz essa interpretação, que os portugueses são tristes, mas no sentido em que muito do que fazemos tem uma carga introspectiva, nostálgica , reflectiva, que mesmo parecendo triste é de uma grande luminosidade.
Dou como exemplo a letra da música "Não queiras saber de mim", do Rui Veloso, de que falámos recentemente. À primeira vista parece um tema depressivo, triste, amargurado, mas ao mesmo tempo é de uma grande beleza, de uma grande dignidade, de uma espantosa sensibilidade. E este sentimento é muito português.
Somos tristes por não darmos valor ao que é nosso, somos tristes por não gostarmos do que é Português. Era importante sentirmos orgulho na nossa cultura, no nosso património, nos nossos artistas. A letra do Carlos Tê (que é realmente linda)fala de pedaços da vida de todos nós em que nos sentimos mais em baixo, mas isso acontece com qualquer pessoa em qualquer país. Temos grandes poetas e escritores, mas a maior parte dos portugueses nunca os leu, nem nunca ouviu falar deles (José Saramago vive em Espanha, por opção própria, e só foi conhecido da maioria de nós quando recebeu o Prémio Nobel!). Gostam mais do nosso fado os estrangeiros que nós próprios. Temos tanta coisa grandiosa no nosso País e não lhe sabemos dar valor.
É essa a nossa tristeza. Olha agora fiquei triste... e não luminosa ...
Miga, não poderia concordar mais contigo!
O que é nacional é realmente bom! Só falta que nos demos ao trabalho de o apreciar!
Leia tambem do mesmo autor "Nenhum Olhar" é excelente.
Caro(a) anónimo, é esse precisamente que estou a ler...
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