18 de julho de 2006

Papá, eu quero um banco...

No DN:

Comissões da banca portuguesa são as segundas mais caras da UE
Maria João Gago

Os bancos portugueses são os segundos mais caros da Europa em termos de comissões cobradas sobre os empréstimos concedidos, logo a seguir à Grécia. De acordo com um relatório sobre a banca de retalho publicado ontem pela Comissão Europeia, a banca nacional é uma das que apresenta margens e spreads (comissão que acresce à taxa de juro de referência) de empréstimos mais elevadas entre os 25 Estados-membros da União Europeia (UE).

Os bancos italianos e irlandeses também praticam margens elevadas, ainda que aquém dos portugueses, enquanto a banca belga, holandesa e luxemburguesa é aquela que cobra taxas mais reduzidas. Bruxelas optou por não divulgar os valores de cada país, classificando os dados de "confidenciais".

Outra área em que Portugal surge como o país com custos bancários mais elevados é na amortização antecipada de financiamentos ao consumo. Os bancos nacionais cobram uma taxa de 2% sobre o capital em dívida, o dobro do que acontece na Alemanha, mas metade do que é necessário pagar na Eslováquia. A banca nacional também rentabiliza o encerramento de contas, cobrando comissões entre os sete e os 15 euros nestas situações, à semelhança do que acontece na Bélgica e na Alemanha.

A análise, destinada a avaliar a situação da concorrência da banca europeia, refere ainda um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), em que são identificadas duas barreiras à concorrência no mercado bancário português. Portugal é o terceiro país da Europa em que os bancos controlados pelo Estado têm mais peso (Caixa Geral de Depósitos) e o segundo com mais barreiras à entrada de bancos estrangeiros. Numa escala de 0 a 1, o mercado bancário português surge no quarto lugar como aquele que mais dificulta a concorrência, com uma classificação de 0,38, a seguir à Eslováquia (0,46), Irlanda (0,43) e Hungria (0,42), de acordo com um índice da OCDE.

As conclusões da Comissão Europeia, elaboradas a partir de um inquérito aos bancos europeus e que vão estar em discussão pública até 9 de Outubro, surgem numa altura em que a Autoridade da Concorrência avançou para uma investigação aprofundada à concentração que resultará do sucesso da oferta pública de aquisição (OPA) do BCP sobre o BPI. O facto de terem sido detectados problemas de concorrência em Portugal pode dar argumentos à AdC para reforçar as suas dúvidas sobre esta operação.

O Sol quando nasce é para todos, a crise nem por isso....

1 comentário:

zmsantos disse...

Os serviços dos Bancos em Portugal são dos mais caros da Europa. E então, qual é a admiração? A sua qualidade também é das melhores! Todos os bancos são forrados e almofadados. Assim quando nos vão á P**** não nos fazem doer tanto...
Nix!!!

Abraço