4 de abril de 2011

O circo dos palhaços tristes.

1. O jogo de ontem, no estádio da Luz, é bem o reflexo daquilo que é hoje o futebol português:

a) dirigentes que não sabem respeitar adversários (a história do apagão e da rega do relvado é demasiado mesquinha!) e que são os primeiros a fomentar a violência a que se assiste dentro e fora do relvado. Gente que quando perde se preocupa com os problemas do futebol português (principalmente a arbitragem) e quando ganha se limita a rebaixar os adversários. Gente cobarde incapaz de condenar de forma veemente actos de perfeita loucura (uma bola de golfe, arremessada de uma bancada para o relvado, pode matar!) quando são cometidos por elementos afectos ao próprio clube. Indivíduos para quem ganhar é mais importante que qualquer outro valor...

b) treinadores arrogantes e prepotentes, que não respeitam colegas de profissão. Desde que Mourinho trouxe para o futebol a estúpida moda dos "mind games", que não são mais do que golpes baixos legais, que deixou de haver treinadores cavalheiros e senhores. Onde antes e via cortesia e lealdade, hoje impera o insulto e a provocação.

c) árbitros incompetentes, sem qualquer tipo de critério definido. Na primeira intervenção no jogo, o árbitro conseguiu, num só lance, cometer três erros grosseiros: o Benfica saía para o contra-ataque, quando um jogador sofre uma falta, ficando a bola na posse de um companheiro de equipa que se aproximava perigosamente do meio-campo adversário. O árbitro interrompeu o jogo (beneficiando o infractor), limitou-se a admoestar verbalmente o jogador faltoso, e aínda mostrou cartão amarelo ao jogador que ficou com a bola, e que reclamava exaltado! Daí para a frente foi um chorrilho de erros: não expulsa o Guarda-Redes do Benfica no segundo penalty, ora interrompia o jogo ao mínimo contacto, ora deixava passar em claro faltas grosseiras, expulsou (e bem ) Cardozo, mas permitiu que Moutinho entrasse de pés juntos, etc. etc. etc. Mais uma vez a questão vai ser quem foi mais beneficiado, e ninguém se preocupará com a falta de competência desta gente...

d) jogadores quezilentos, mais preocupados em provocar o adversário e simular faltas que em jogar à bola. No jogo entre (de longe) as duas melhores equipas portuguesas, os dedos da mão chegam e sobram para contar as oportunidades de jogo, e as faltas e os cartões foram mais que muitos...

2. O Porto é um justo campeão. Nem o facto de ter sido beneficiado pelas arbitragens em dois ou três jogos, e do Benfica ter sido prejudicado em Guimarães e Braga podem beliscar tamanha superioridade que ontem voltou a ser evidente. Em relação ao Benfica, mostrou ter um plantel mais equilibrado e um treinador que cometeu menos erros. Jesus já se tinha dado mal com as invenções no Dragão (Sidnei titular, David Luiz defesa-esquerdo e Saviola no banco), voltou a repetir a experiência, colocando uma dupla de avançados que pouco tem jogado junta e que não tem capacidade física. Contínuo a achar que o título foi perdido na forma displicente e pouco humilde com que foi preparado o jogo da Supertaça. E pela demora em encontrar as melhores soluções, sendo que para mim, continua a ser difícil de entender como é que Filipe Meneses é mais vezes opção que Weldon ou Nuno Gomes... Já para não falar no facto de se continuar a pagar ordenado a Luís Filipe, para depois se adaptar jogadores. Temos equipa de juniores para quê?

3. Ao perder o título este ano, o Benfica perdeu uma grande oportunidade de causar sérios danos ao seu maior rival dos últimos anos. Ainda por cima, permitiu que o Porto fosse campeão na Luz, quando no ano passado, em idênticas condições, não conseguiu ser campeão no Dragão. O Porto voltou a estar por cima, aínda por cima à custa dos erros do Benfica e do Sporting (Moutinho)!

3 comentários:

Maria disse...

Hoje não me apetece nada...

Uma vida qualquer disse...

Continue a haver apreciadores de bola (como tu), independentemente da côr da camisola que gostam de vestir, e melhor estaria o futebol!
Besos Guapo

Pedro Branco disse...

Meu amigo, concordo com tudo o que disseste. Ontem nem festejei. Deu-se um apagão no meu quarto e adormeci. Abraço.