4 de abril de 2011

Descubram as diferenças

Espanha:
"Sandro Rosell deu o dito por não dito. À margem do aniversário da casa blaugrana de Cambrils, o presidente do Barcelona pediu desculpas ao Real pelo prognóstico que havia feito a meio da semana passada, quando anteviu novo 5-0 para os catalães na final da Taça. "Peço desculpas, não gostamos de ofender ninguém. O nosso clube representa os valores da humildade, do trabalho e da solidariedade, e reconheço que não estive bem", assumiu Rosell."
Inglaterra:

Rooney arrisca castigo por palavrão televisivo

"O jogador apressou-se a pedir desculpas, afirmou não ter falado para ninguém em particular e pediu perdão, especialmente a pais e filhos que estivessem a seguir a partida pela televisão. Alegou, em defesa própria, os nervos de um jogo tão importante, mas dificilmente escapará à punição, até porque a federação inglesa, por intermédio do seu dirigente Trevor Brooking - curiosamente, um ex-jogador do West Ham... -, já fez saber que irá analisar o caso e que hoje mesmo anunciará uma decisão.

No seu jeito de lenhador furioso, depois de fazer (de penálti) o terceiro golo do hat trick que poderá ter dado o título ao Manchester United, já que Arsenal e Chelsea escorregaram, Wayne Rooney dirigiu-se a uma das câmaras e gritou "Fuck off!", que, usando liberdades de conveniência social, se poderá traduzir por "Vão à merda!".


Portugal:
"Na conferência de Imprensa, e na impossibilidade de perguntar a algum responsável encarnado as razões que levaram à decisão de desligar o sistema de iluminação, Jorge Jesus foi questionado acerca do tema e respondeu com desagrado. "Não sou electricista", disse o treinador. Costa Ramos, responsável pela operação policial da PSP, é que não apreciou nada os longos minutos de festa em completa escuridão. "Foi uma decisão do Benfica que colocou em risco a segurança dos elementos da PSP. Não me pareceu nada bem", criticou. Já Antero Henrique, director-geral para o futebol, reagiu com boa disposição. "É o fair play do Benfica. Até agradecemos a água, que substituiu o champanhe", disse ainda no relvado, acrescentando mais tarde que, num curto espaço de tempo, já tinha recebido mais de 150 mensagens de parabéns."


Pinto da Costa acusou os responsáveis do Benfica de "mau perder" e, com o seu habitual sentido de humor, ironizou: "Nunca tinha festejado um título às escuras, foi uma novidade, conquistar um título e festejá-lo à luz apagada, e com chuveiro. Foi inédito e muito interessante. Achava que já tinha visto tudo, mas afinal não. De repente, fez-se escuro e começou a chover, mas de baixo para cima, foi giríssimo, muito engraçado", declarou o presidente do FC Porto" (O Jogo)
(todas as notícias do jornal O Jogo)

Para os que aínda não perceberam onde quero chegar, eu explico: em Espanha, o presidente do Barcelona tratou imediatamente de emendar as declarações deselegantes que tinha tido para o seu maior rival. Em Inglaterra, um dos maiores craques, e provavelmente o jogador que decidirá o campeonato, excedeu-se nas comemorações de um golo, e dificilmente deixará de ser punido, porque ninguém está acima da lei, e o futebol é mesmo para as famílias (como o próprio jogador referiu no pedido de desculpas).
Em Portugal, o clube que perde não respeita o que ganha, e nem se preocupa com a segurança. O que ganha não respeita o que perde, optando uma vez mais pela mordaz ironia.
Resultados: na última jornada da liga portuguesa, os sete jogos já decorridos tiveram 76.231 pessoas nos estádios. Em Inglaterra, a média de espectadores presentes no estádio do Manchester United é de 75.040...

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