16 de agosto de 2010

Transformações

A equipa que esmagava os adversários com um futebol vistoso, dinâmico e sedutor transformou-se num grupo de jogadores nervosos, que não sabe o que fazer à bola e falha metade dos passes;

O Guarda-Redes discreto e eficiente transformou-se num estorvo, físico e psicológico;

O Defesa-Central alto, elegante, contagiante, que empurrava a equipa para a frente transformou-se num jogador de nariz empinado, mais preocupado em acertar no adversário do que na bola (dois jogos, duas expulsões perdoadas, e ontem o primeiro golo nasce duma falta parva, e o segundo de uma precipitação);

O trinco seguro e invísivel, que varria o meio campo todo, deixando os colegas livres para atacarem, transformou-se num tosco que não consegue fazer um passe acertado a três metros de distância;

O maestro, que dirigia a orquestra e lhe dava o toque de perfume, transformou-se num fantasma que corre muito, para nada;

O Ponta-de-Lança, rei da eficácia, campeão da pré-época, voltou aos tempos do futebol de matraquilhos;

Apenas alguns, pouco, não se transformaram e continuam a ser o que sempre foram. Pela positiva (Fábio Coentrão, Saviola, Maxi Pereira, Ruben Amorim) e pela negativa (César Peixoto, Sidnei).

O treinador que respirava confiança, que mudava jogos ao intervalo, que tomava muitas e boas decisões, tornou-se num homem de equívocos e discurso de mau perdedor.

E continuo na minha, que grande parte deste descalabro se deve à decisão horrível de ter marcado aquele jogo da Eusébio Cup para 3ª feira, dois dias depois da final do Guadiana e quatro dias antes da Supertaça com o Porto...