28 de dezembro de 2009

Uns com tanto...

No mesmo jornal (o i de domingo), as duas faces da mesma moeda:

«Estamos num período excepcionalmente difícil, perante o qual devem ser tomadas medidas excepcionais. Na nossa opinião, justificava-se que Portugal reduzisse o número de feriados e pudéssemos trabalhar mais horas. Teria impacto no Produto Interno Bruto(PIB). Numa altura em que está em causa a sobrevivência dos postos de trabalho, seria facilmente compreensível um esforço colectivo»

Paulo Nunes de Almeida, vice-presidente da AEP à agência Lusa.

«Grandes investidores da bolsa ganharam mais de 5 mil milhões
Os 16 principais accionistas nacionais da bolsa portuguesa acabam 2009 com ganhos superiores a cinco mil milhões de euros - a conta certa dá 5,3 mil milhões de euros - em relação à valorização das respectivas participações no final de 2008. Se olharmos apenas para os dez patrimónios mais valiosos, a valorização é de cinco mil milhões de euros. Estes cálculos comparam o preço das acções no último dia de 2008 com o valor de fecho de 23 de Dezembro. Foram considerados apenas os accionistas que tinham mais de 2% do capital das principais empresas cotadas.

Da lista, liderada por Américo Amorim, fazem parte as famílias e holdings pessoais de Belmiro de Azevedo, Alexandre Soares dos Santos, Espírito Santo, Pedro Queiroz Pereira, Pedro Maria Teixeira Duarte, Vasco de Mello, António Mota, Manuel Fino, Joe Berardo, Nuno Vasconcellos, Horácio Roque, Joaquim Oliveira, Fernando Nunes, Luís Silva e Pinto Balsemão. O activo bolsista destes investidores, tendo por base os critérios acima referidos, estava valorizado em aproximadamente 19 mil milhões de euros, uma fatia que corresponde a quase 10% da capitalização bolsista do índice PSI 20. Entre 2008 e 2009, este património valorizou 5300 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 38% em relação à valorização registada no final de 2008. Este ganho potencial é um pouco superior à subida do índice PSI 20 no mesmo período, que se fica pelos 33%. No ano passado, o PSI afundou mais de 50%.

É certo que estes ganhos são potenciais, ou seja, só há mais-valia efectiva quando há uma venda. Todavia, estas subidas permitem compor o balanço. Ao contrário do que aconteceu em 2008, as empresas e accionistas já não terão de reconhecer as perdas nas suas contas através da constituição de provisões, que afectaram os lucros do ano passado. Por outro lado, vários accionistas - o caso mais mediático é o de Manuel Fino - usaram as acções de empresas cotadas como garantias de empréstimos e foram obrigados a reforçar esses colaterais quando o valor em bolsa dessas participações caiu. »

1 comentário:

Maria disse...

Bom ano para ti, Rogério!

Beijo grande