9 de outubro de 2008

Privilégio de ter amigos

Eis um pouco do espectáculo que vou ter o privilégio de assistir amanhã, no Coliseu dos Recreios. (Obrigado, Chico!)



Adeus Tristeza

Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar


Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

Fernando Tordo

4 comentários:

Joana Correia disse...

Vai ser lindooooooooooooo!!!

Sou de Outras Coisas

Sou de outras coisas
pertenço ao tempo que há-de vir sem ser futuro
e sou amante da profunda liberdade
sou parte inteira de uma vida vagabunda
sou evadido da tristeza e da ansiedade

Sou doutras coisas
fiz o meu barco com guitarras e com folhas
e com o vento fiz a vela que me leva
sou pescador de coisas belas, de emoções
sou a maré que sempre sobe e não sossega

Sou das pessoas que me querem e que eu amo
vivo com elas por saber quanto lhes quero
a minha casa é uma ilha é uma pedra
que me entregaram num abraço tão sincero

Sou doutras coisas
sou de pensar que a grandeza está no homem
porque é o homem o mais lindo continente
tanto me faz que a terra seja longa ou curta
tranco-me aqui por ser humano e por ser gente

Sou doutras coisas
sou de entender a dor alheia que é a minha
sou de quem parte com a mágoa de quem fica
mas também sou de querer sonhar o novo dia

A CONCORRÊNCIA disse...

João é um botão de cravo rubro
Joana é uma rosa cor de Abril
dois filhos que eu embalo e que descubro
que sendo só dois podem ser mil
dois filhos do amor e da ternura
que sendo de todos não são de nenhum
e não há no mundo coisa mais pura
que a gente amar em todos cada um
Meu filho minha vida és meu sangue e meu carinho
meu pássaro de carne meu amor
meu filho que nasceste do ventre do carinho
da minha companheira que deu flor

Amigo esta é das minhas preferidas, só tem um pequeno errozito ... é que não é João... é Nuno. Tudo o resto está lá !

zmsantos disse...

Novo Fado Alegre

Abre também a tua voz e vem comigo
Não cantaremos nunca mais o fado antigo.
Agora
Em cada verso há um homem que não chora
E o futuro é o sítio onde se mora.
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa.
Amigo
Vou-te dizer palavras loiras como o trigo
Hoje cantar é aprender a estar contigo.
Agora
Cada palavra tem o gosto duma amora
Que a gente apanha e morde pela vida fora.
Cantar é ter um sol dentro da voz
E repartir o sol por todos nós.
Cantar é não estarmos sós.
Amigo
Vou-te bater com as palavras ao postigo
Escuta o sentido das noticias que te digo:
Agora
Cada canção terá a força duma aurora
Que a gente acende e leva pela vida fora.
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa.
Amigo
Não tenhas medo do cansaço ou do castigo
A nossa voz dá-nos calor, dá-nos abrigo.
A hora
É de mandarmos a saudade e o choro embora
E noutro fado desgarrarmos vida fora.

Ary dos Santos/Fernando Tordo


Bom espectáculo e divirtam-se!

Maria disse...

Podia deixar aqui outras canções do Tordo. Mas nem vale a pena, ele é um cantor maior do nosso país. Faz parte de uma geração que marcou as cantigas portuguesas.
Andamos trocados, desta vez.
Estou aqui mais pelo norte, portanto divirtam-se por aí...