10 de março de 2008

Treinador de Bancada

Camacho já não é treinador do Benfica. Não estou propriamente feliz da vida, embora concorde com a decisão. Só tenho pena que a mesma tenha sido tomada pelo próprio treinador, mostrando mais uma vez a falta de aptidão da direcção do clube para a gestão desportiva.

Não tenho nada contra Camacho, nutro até simpatia pelo homem. Fui manifestamente contra a sua contratação, pelo momento em que foi decidida. Fui dos poucos que não acreditou que a mudança de treinador traria algo de bom, mas também não esperava que a situação se tornasse tão constrangedora. É verdade que o Benfica perdeu a estrela da companhia (Simão) e alguns jogadores nucleares (Miccoli, Karagounis, Ricardo Rocha), que contratou jogadores promissores mas ainda pouco sólidos (Cardoso, Di Maria, Edcarlos, Fábio Coentrão) e outros que nem sequer prometem (Luís Filipe, Maxi Pereira), mas o plantel actual tem mais qualidade que a que tem sido exibida semana após semana. Ao fim de seis meses não existe uma identidade, um perfil de jogo. A equipa joga aos repelões, depende demasiado de dois ou três jogadores, joga com uma táctica desadequada à característica dos jogadores e não tem poder ofensivo.

Portanto, a decisão é boa e tomada numa altura propícia. Permite uma entrada de ar fresco numa semana em que se tenta salvar a Taça Uefa, e permite a contratação de um treinador que terá um período de adaptação, sem grande pressão, uma vez que a época tem pouco para decidir.

Agora, se a atitude de Camacho me merece os maiores elogios, a postura do presidente do clube é lamentável. Desde logo por não assumir publicamente os erros cometidos na gestão desportiva, que assumiu pessoalmente no início da época. Depois pela forma desnorteada como vai planeando o futuro próximo. As notícias que vão chegando arrepiam o mais optimista adepto. Primeiro a reforma compulsiva de Rui Costa, apenas e só o melhor jogador do actual plantel, para vestir o fato de salvador da pátria. Ou seja, pede-se que faça nos gabinetes o que faz semanalmente em campo, mas não seria melhor aproveitar o muito que ainda pode dar em campo?! Depois a novela das renovações. Não consigo entender como é possível que não se renove contrato com o jogador mais regular dos últimos três anos (Leo) e que se arrisque a perder a melhor contratação da época (Cristian Rodriguez).

Espero que a entrada de um novo treinador seja um augúrio de mudança. Não só no jogo da equipa mas na política desportiva. E quanto a preferências, a minha é clara e assumida, e ficou mais uma vez demonstrada ontem em Guimarães. Dá gosto ver aquela equipa jogar!

E já agora podem incluir no pacote o defesa-direito Andrezinho e o defesa-central Geromel…

3 comentários:

Uma vida qualquer disse...

Afinal o español é amigo e quis-te presentear!!
Besos niño guapo!

zmsantos disse...

Isto é que é sentido de oportunidade!!!

Um abraço, Amigão!

Zé dos Anzóis disse...

Tanto pediste, aí tens...
Nunca te é dado um desejo, sem também te ser dado o poder de o realizares.
Contudo, poderás ter de lutar por isso...
Abraço