29 de maio de 2007

Ruminações de "Vacâncias"

A idade de um indivíduo calcula-se subtraindo à data actual a sua data de nascimento, mas revela-se através da sua capacidade de interagir com o presente, fazendo uso do seu passado e aceitando o futuro.

Não sei que filósofo escreveu isto, mas se algum o fez, tê-lo-á explanado de forma mais conseguida, com certeza, que eu de filósofo só tenho a mania…

Mas ultimamente tenho pensado um pouco na questão da diferença de idades, creio que devido ao facto de ter aprofundado relações de amizade com pessoas de gerações posteriores e anteriores à minha.

Dou como exemplo a noite da última quinta-feira, em que fui assistir a um concerto acompanhado de quatro amigos, dois cinquentenários, um quase trintão, como eu, e outro com pouco mais de vinte anos. (Assumo aqui o género masculino para facilitar a narrativa, embora as senhoras estivessem em maioria). Embora de faixas etárias diferentes, todos acederam ao meu convite, embora nenhum deles conhecesse o músico em questão.

Claro que o facto de todos eles serem meus amigos, e de termos gostos musicais compatíveis ajudou a que confluísse-mos todos ao mesmo local na mesma noite, em sã convivência. Assim como me parece óbvio que, para que não haja desequilíbrios neste tipo de relações, tenha que existir um certo grau de maturidade nos elementos mais novos e uma boa abertura de espírito nos mais experientes.

Mas o que me deixa verdadeiramente satisfeito, e ao mesmo tempo um pouco surpreendido, é poder estabelecer relações com pessoas (e falo de outras para além das que estão incluídas no exemplo dado) com outro tipo de vivência, sem que haja entre nós uma barreira que nos limite a convivência. Sinto que é enriquecedor ir amealhando amigos entre as várias gerações, não pelo facto em si, mas pela beleza interior de cada uma dessas pessoas.

Acredito cada vez mais na diferença individual de cada um e na valorização da partilha de conhecimentos e sentimentos entre os vários seres humanos, independentemente de idades, credos, culturas, géneros, etc., etc., etc.

(Agora que reli isto tudo, fiquei com a impressão que isto soa um bocado a postal de férias, não é, N.C.?)

3 comentários:

Anónimo disse...

Vou tornar-me repetitivo: «O que fizeres, fá-lo em consciência. De bem contigo, que com os outros podemos nós bem.»

Continuação de grande abraço e de boas férias.

zmsantos disse...

Saudações, ó quase mouro...!
A linguagem dos sentimentos é universal e não tem idade nem se rege por distinções entre raças, credos ou outras particularidades geracionais (grande palavrão), como tu bem sabes.
Como disse o nosso honorável Salgas, se estamos bem com a nossa consciência, estamos (quase) bem com o resto do mundo.
No que a mim me toca, tenho enriquecido, de há uns tempos para cá. E não é admiração nenhuma de que o veículo que me trouxe um belo punhado de amigos, tenha sido a música.

Continuação de boas férias e tem cuidado com o sol em excesso :)

Anónimo disse...

Caro RC,

Não por acaso até acho que é próprio para quem começa com 2 anos a tenatr firmar os passos - também me parece que anda a ler demasiado NC : ))))

Agradeço.

Naia Castro