23 de janeiro de 2006

Doce memória

Desde que adquiri consciência política, estas foram as primeiras eleições em que não acompanhei a par e passo o rescaldo. Para além dos motivos pessoais, o facto é que já esperava o que aconteceu.
E o que aconteceu é que 2.745.523 portugueses votaram em Cavaco Silva. Já lá vão os tempos do buzinão, das cargas policiais sobre trabalhadores fabris, da contestação às propinas... Nada que dez anos não resolvam. A malta não é de guardar rancores e, bem vistas as coisas, "foi no tempo do cavaco que ganhámos bom dinheiro e que deu para poupar umas massas". Para quê explicar que foi no tempo do Cavaco que entrou o grosso do investimento da União Europeia , que não foi aproveitado para dinamizar e modernizar o país mas para fazer estradas e pagar subsídios para não cultivar. Para quê lembrar que foi no tempo do cavaco que nasceu esta coisa peganhenta e chata chamada défice que só nos entala e nos faz apertar o cinto.
Ah, esqueçam lá isso , afinal o homem veio para pôr isto tudo nos eixos...

2 comentários:

Anónimo disse...

A "partidarite" a tudo se sobrepõe, até ás azedas memórias do tempo em que Cavaco foi primeiro ministro. Só é pena é que essa cegueira partidária tenha dividido, mais uma vez, as forças de esquerda dando a esperada vitória à arrogância e prepotência, no mais puro estilo salazarista.

Lusaut disse...

E vai! Agora é que as coisas vão mudar!

...depois não se queixam!