3 de maio de 2010

Desilusão

Confesso que, embora seja um apaixonado, há alturas em que o futebol me cansa. E esta semana tem sido particularmente difícil...

A meio da semana, o português José Mourinho deu um exemplo do que o futebol não deve ser, e foi elogiado pelo mundo inteiro. Com uma equipa recheada de estrelas, que recebem milhares de Euros por mês, foi para Barcelona fazer anti-jogo do primeiro ao último minuto. Na primeira meia hora, a jogar onze contra onze, o Inter de Milão não fez um único remate à baliza. Depois, escudando-se na inferioridade numérica, estacionou três autocarros em frente à baliza, e o resto foi... pontapé para a frente e fé em Deus. E o mundo aplaudiu, e apelidou-o de "melhor do mundo". Mais uma prova que no mundo de hoje importa ganhar, não interessa de que maneira. Medíocres!

Em Portugal, o futebol continua a ser uma guerra, um palco de ódio e irracionalidade. O Porto-Benfica foi tudo menos um jogo de futebol. Houve pedradas, insultos, vandalismo e bolas de golfe atiradas para o relvado. Pergunto: o que aconteceria se uma dessas bolas tivesse acertado na cabeça de alguém e provocado a morte ou lesões irreparáveis? Provavelmente muita coisa aconteceria, mas como os bárbaros têm pouca pontaria, deixa andar...

No campo o Porto ganhou, e bem. Mesmo não tendo feito um grande jogo, foi melhor e mais feliz que um Benfica que não foi igual a si próprio, com excepção do Fábio Coentrão e, a espaços, do Di Maria. Saviola está sem ritmo, Ramires nas lonas e Cardoso de volta aos matraquilhos. A equipa acusou a ansiedade, o que ficou bem patente nos minutos que se seguiram ao golo do empate.

Eu compreendo que um árbitro erre num lance de penalty ou de fora-de-jogo, porque a sua decisão depende muito do ângulo de visão que é condicionado por vários factores. Por isso até aceito que não tenha visto o penalty claro sofrido pelo Maxi Pereira, ou que considere não intencional a mão de Hulk na própria área. Mas não posso aceitar que aos 15 minutos já tivesse mostrado três cartões amarelos a jogadores do Benfica, em lances ridículos, e não tivesse usado o mesmo critério quando, à meia hora de jogo, Fucile faz uma falta claríssima para amarelo, que seria o segundo. Isso já é uma decisão consciente, que leva a juízos de valor. E por coincidência, três jogadores fulcrais do Benfica ficaram arredados do jogo decisivo...

Posto tudo isto, não tenho dúvidas que seremos campeões na próxima semana, mas que tudo isto cansa, lá isso cansa....

2 comentários:

Maria disse...

Pelo sim pelo não o melhor mesmo é acender uma velinha à santa da nossa devoção...

:)

Patricia Parreira disse...

Kompensan ajuda primito...

bejos