20 de maio de 2009

Para os adeptos (como eu!)

Pedro Almodóvar tem filme novo:

No filme mais caro do cineasta espanhol, "Los Abrazos Rotos", e no diário íntimo do realizador francês, "Irène", parte-se à procura da imagem de uma mulher morta. Mas as semelhanças são pura coincidência.
Já vimos este Almodóvar várias vezes, uma "homenagem ao cinema" assim, escrita para fazer as peças de um intrincado "puzzle" organizarem-se e formarem uma imagem inteira, feliz, no fim. Mas Pedro leva demasiado tempo a construir a desorganização de "Los Abrazos Rotos". E é demasiado rápido a acelerar em direcção à síntese final. Por isso este é um filme sobre a obsessão que é muito menos obsessivo, cinematograficamente, do que anteriores. A obsessão perdeu-se no "puzzle". E não temos a certeza se tomámos contacto com personagens ou, em vez disso, se estivemos a ver em desenvolvimento ideias de um ensaio cinéfilo que inclui referências a Rossellini, Sirk, Hitchcock, Bette Davis, Jeanne Moreau. Como se cumprisse uma função demonstrativa a seguinte história e as seguintes "personagens": um cineasta (Lluis Homar) que ficou cego devido a um acidente de automóvel que vitimou a sua actriz e amada (Penélope Cruz) e que passou a existir apenas com pseudónimo de argumentista, já que foi obrigado a deixar a realização dos filmes (ficou obrigado a existir, portanto, como fantasma), vai conseguir reconstruir o filme "noir" da sua vida. E resgatar a sua identidade
.

1 comentário:

Joana Correia disse...

Eu vou aprendendo a gostar, mas tem de ser aos pouquinhos, tens de ter pacìência... :p