15 de abril de 2009

Ponto de Citação

Não temos tempo a perder com quem? Com os nossos filhos? Com os outros? Connosco próprios? Estamos a encurtar tudo (a vida, o amor, a amizade, o ócio) com melancólica leviandade. "Às duas por três nascemos/às duas por três morremos/e a vida?/não a vivemos" - ensinou Alexandre O'Neill. Nunca ouvimos os poetas.

Não há unidade nem absoluto possível se não conseguirmos travar a marcha de um sistema doente, cuja natureza se opõe à partilha, e tem destruído e aniquilado o melhor dos nossos sentimentos e emoções.

Baptista-Bastos no DN

3 comentários:

Joana Correia disse...

Não poderia concordar mais.

Lembra-me aquele filme que vimos, em que o protagonista se isolou no Alaska para viver novas experiências, sentir novas sensações em contacto com a natureza, a capacidade de sobrevivência, o encontrar o seu verdadeiro "Eu" sem ser corrompido por uma sociedade onde os valores estão todos normalizados. Ele chegou à conclusão que tudo valeria a pena, se "houvesse alguém com quem partilhar".
É bom ter alguém que nos dê o ombro quando estamos tristes, que nos oiça quando nos apetece refilar, que ria connosco quando temos histórias de gargalhar... a vida é uma partilha... de amor!
Já dizia Aristóteles "O Homem é por natureza um animal social e político", e justifica: "o homem é o único dos animais que possui a palavra. Ora, enquanto a voz não serve senão para indicar a alegria e a dor , e pertence, por este motivo, também aos outros animais (dado que a respectiva natureza vai até à manifestação das sensações de prazer e de dor, e a significá-las uns aos outros), o discurso serve para exprimir o útil e o prejudicial, e, por conseguinte, também o justo e o injusto: porque é especificidade do homem, relativamente aos outros animais, ser o único que tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e doutras noções morais e é a comunidade destes sentimentos que gera a família e polis"

São as pessoas que fazem a sociedade, e não a sociedade que faz as pessoas... só depende de nós... partilhar!

Beijos grandes

Pedro Branco disse...

E eu que ando a pensar tanto nisso ultimamente... Fruto de vários contextos actuais, tenho-me questionado sobre o que andamos a fazer do tempo. Apesar de tudo, ele é NOSSO!
Estou nesse tempo de passagem. Para um outro tempo ou para um novo sopro do mesmo que me corre nas veias desde sempre. Por isso continuo.

Saudações fortes!

Carol disse...

Charraz, meu querido

A grande maioria das pessoas não se apercebem do verdadeiro significado da palavra VIVER, que ela englaba ... andam ao sabor dos dias, da corrente, um pouco como automatos ...

Uma beijoca grande