4 de março de 2009

Ponto de Citação

"E penso, quanto à segunda parte, que todo o homem é diferente de mim e único no universo; que não sou eu, por conseguinte, quem tem de reflectir por ele, não sou eu quem sabe o que é melhor para ele, não sou eu quem tem de lhe traçar o caminho; com ele só tenho o direito, que é ao mesmo tempo um dever: de o ajudar a ser ele próprio; como o dever essencial que tenho comigo é o de ser o que sou, por muito incómodo que tal seja, e tem sido, para mim mesmo e para os outros. Quanto aos outros, até, e sobretudo, no amor se tem de ter cuidado; gostar dos outros e lhes querer bem, tem sido o motivo de muita opressão e de muita morte dos espíritos que vinham para viver; é esta uma das boas intenções de que mais está cheio o inferno; não tens, essencialmente, de amar nos outros senão a liberdade, a deles e a tua; têm, pelo amor, de deixar de ser escravos, como temos nós, pelo amor, de deixar de ser donos do escravo."

Agostinho da Silva, em " Educação de Portugal.

1 comentário:

A CONCORRÊNCIA disse...

Gostaria de acrescentar com a liberdade que és obrigado a dar-me segundo as convicções do Dr. Agostinho da Silva, que descreves neste post, que por cada um ter o dever de ser ele próprio, alguns se aproximarão de uns e se afastarão de outros, se escolherem que é dever de cada um ser verdadeiro, honesto e sincero, claro. Só um santo conseguirá ajudar alguém a escolher caminhos com que não se identifica, e como já sabes eu escolhi acreditar na inexistência de santos. Quanto a cada um de nós ser único e diferente de todos ou outros, gostaria de acrescentar que é essa diferença que dá magia à vida, segundo o conceito de magia que eu escolhi ser o meu, claro. ;)