26 de setembro de 2008

Tradutor de emoções

Dois dias, dois velórios. Em ambos a dor era adulta e o alívio criança. Porque as pessoas viram os seus amores em longo sofrimento, sobreviventes de naufrágios próprios. E perguntaram vezes sem conta quando acabaria o obsceno esmaecer das tintas fortes da vida que os obrigava a procurar o outro na memória e não no destroço à frente deles, incapaz até de ordem disfarçada de súplica - "vai, não quero que me vejas e lembres assim". Apetece contrariar o louco sedento de glória nas areias de Alcácer-Quibir, e rosnar um exorcismo disfarçado de prece - morrer sim mas depressa! Para que nenhuma caricatura sombria estilhace as recordações dos que tiveram a surpreendente gentileza de me acompanhar.

Prof. Júlio Machado Vaz, no Murcon.

4 comentários:

zmsantos disse...

Faz todo o sentido, amigo...

Anónimo disse...

Concordo!
Mas...e se falassemos de coisas alegres?!
Por este ano, já chega!
E o que ainda pode estar para vir?!
Se vier...não vai vir!
50% de "todas as curas" na nossa vida é o nosso positivismo!
Acreditar...sempre!
Mesmo que tenhamos que recorrer à máscara, que "está guardada, na gaveta de cima do roupeiro do quarto", para que o Mundo nos veja sempre a sorrir.
(Lema de vida da minha mami).
Vamos sorrir!
Besos grandes
Bom fim de semana aos dois.
Mukanda

Anónimo disse...

Deixo-vos um poema sobre a vida...

A vida é um poema muito lindo
Se assim a quisermos fazer
Nem tudo serão rosas
Mas tudo faremos para vencer

Coisas más e coisas boas
Coisas tristes e alegres
Tudo se junta num bolo
Só temos de separar as pestes

A vida é o maior poema
Desde que nascemos até ao morrer
Mas enquanto a vivemos
Temos de aproveitar e fazer tudo para a merecer

Não vale a pena andarmos tristes
E se tristes estamos temos de nos alegrar
E com essa alegria contagiar os outros
Para do poema fazer algo de encantar

E se tivermos sempre alegres
Com essa alegria podemos ajudar
Todos os que quisermos
E que se deixem libertar

Blue Heaven

Besitos grandes
Mukanda

Zé dos Anzóis disse...

Felizmente são os pequenos momentos, as fugases sensações que permaneçem guardados na nossa memoria e nunca o longo e tortuoso caminho do sofrimento.
Abraço
Za