19 de maio de 2008

Treinador de Bancada

Algumas notas sobre a final da Taça:

- Depois de ter sido eliminado da Liga dos Campeões por um adversário perfeitamente ao seu alcance (Schalke 04), o Porto perdeu a Taça de Portugal para um Sporting privado do seu melhor avançado - Liedson. Há pontos comuns nas duas derrotas: Bosingwa não jogou nem na Alemanha nem no Jamor e Jesualdo Ferreira, não só não soube encontrar alternativas, como conseguiu cometer o mesmo erro - inventar! O que teria sido este Porto com um bom treinador...

- Já cansa este velho hábito de falar do árbitro no final do jogo. Houve erros para os dois lados, mas no fim ganhou a melhor equipa em campo. Espero que a chegada de novos dirigentes traga um novo discurso, mais elegante, mais verdadeiro, mais cavalheiro. Em Portugal não se sabe ganhar nem perder. Quem ganha gosta de humilhar os vencidos, quem perde refugia-se em desculpas fantasistas.

A este propósito, vem-me à ideia a triste figura de um comentador da SportTv, aquando do último Real Madrid-Barcelona. O jogo aconteceu uns dias depois do Real ter garantido a conquista do campeonato, e num gesto de grande nobreza, os jogadores do Barcelona fizeram um corredor para receber e aplaudir os campeões madrilenos, que retribuíram cumprimentando os seus rivais adversários. Ora esta cena, arrepiante para quem, como eu, teve a oportunidade de assistir, teve como banda sonora o comentário de um energúmeno que dizia que os adeptos do Barça deviam estar furiosos e humilhados pela atitude dos seus jogadores!!!!
Da minha parte, lamento que os jogadores do Benfica não tivessem feito o mesmo quando jogaram no Estádio do Dragão com o Porto já campeão. A grandeza das pessoas e dos clubes tem que estar presente na vitória e na derrota.

- A minha predisposição para o jogo não era por aí além. Para um benfiquista, um Porto-Sporting é um jogo impossível porque não podem perder os dois. Mas ver um jogo destes no meio de tanto amigo sportinguista fez-me inclinar a balança. Tive pena de ter chegado tarde e saído cedo de uma festa em que o futebol foi só o pretexto para o convívio e para a confraternização. E que saudades eu tinha da Corda!

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