5 de fevereiro de 2006

Lisboa_1

Daqui, desta Lisboa compassiva,
Nápoles por Suíços habitada,
onde a tristeza vil, e apagada,
se disfarça de gente mais activa;

Daqui, deste pregão de voz antiga,
deste traquejo feroz de motoreta
ou do outro de gente mais selecta
que roda a quatro a nalga e a barriga;

Daqui, deste azulejo incandescente,
da soleira da vida e piaçaba,
da sacada suspensa no poente,
do ramudo tristôlho que se apaga;

Daqui, só paciência, amigos meus !Peguem lá o soneto e vão com Deus...

Alexandre O`Neill

1 comentário:

zmsantos disse...

"Lisboa tem um vestido azul, feito de mar-e-guerra
E cheira a laranjas maduras.
Quando as gaivotas trazem no bico os primeiros pedaços de sol para acender o dia
Lisboa deixa correr os cabelos pelo Tejo, e o povo pelas ruas..."

Joaquim Pessoa


Concordo... mas também é verdade que a luz de Lisboa continua maravilhosamente bela!