6 de setembro de 2005

Fim-de-Semana II

Gosto muito de descobrir coisas por acaso ou por instinto. Já me aconteceu algumas vezes com discos, com livros, com musicas e com muitas outras coisas. Por vezes é um comentário que se ouve, um cheiro, o aspecto, às vezes o mero acaso, mas é fantástico quando se encontra algo que nos satisfaz e que passa a fazer parte das nossas preferências.

Tudo isto a propósito da vertente gastronómica do nosso fim-de-semana. Durante a semana deram-nos algumas referências de restaurantes a visitar na nossa curta estadia na Comporta e arredores.

Como tomámos tardiamente o pequeno-almoço, decidimos ignorar o almoço. A meio da tarde o estômago começou a reclamar e optámos por ir petiscar. Estando na praia da Comporta tínhamos duas opções "à beira mar plantadas", a Ilha do Arroz e o Café Comporta (Não sei se o nome é este). Engano, este último estava reservado a um casamento pelo que nos encaminhámos para o primeiro. Abreviando a história, digo-vos que não passámos da entrada, tal era a confusão que reinava nos empregados, o que nos fez temer gastar uma pipa de massa para esperar eternidades por um mau serviço. Optámos por enganar o mal humorado estômago com um gelado e gozar o resto da tarde de praia.

Saídos da praia, decidimos passar na Comporta e ganhar balanço para o jantar com um petisco. Uma das referências que trazíamos era o Museu do Arroz. Fechado para obras. Do mal o menos, no meio da povoação um cafézito serviu-nos uma saborosa Ameijoa à Bulhão Pato a um preço bem decente.

Banho tomado, vamos ao jantar. O "roteiro" indicava-nos o restaurante "Aqui há peixe", na praia do Pego, Carvalhal. Querem adivinhar? Pois é, outro casamento a interditar o espaço a curiosos. E agora? Lembrei-me que no caminho entre a Comporta e o Carvalhal tínhamos passado por uma terra chamada Torre, e reparámos num restaurante à beira da estrada com muito bom aspecto. Antes que o chato do estômago voltasse aos seus manifestos de irritabilidade, pusémos pés a caminho, que é como quem diz as rodas no asfalto.

Bom, tanta conversa para vos dizer que no restaurante Dona Bia, na Torre, entre a Comporta e o Carvalhal, se come muito bem. A simpatia melhorou bastante com o decorrer da noite, mas tiveram o bom senso de nos deixar escolher o prato enquanto esperávamos mesa e antes de um grupo de quatorze pessoas que chegara entretanto. O preço não é barato mas a qualidade da comida compensa. Comemos uns lombinhos de cherne com camarão e ameijoa, regados com um belo molho onde imperavam os coentros e acompanhados de suculenta batata frita cortada às rodelas e da bela da sangria. Para sobremesa uma fatia de tarte de requeijão coberta com doce de abóbora.

Convencidos? Eu fiquei, e espero voltar.

Rogério Charraz

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