tag:blogger.com,1999:blog-117534952024-03-13T16:37:40.331+00:00Tubo d`escapeO tubo por onde se escapam ideias, sentimentos, citações, recomendações e desabafos.Unknownnoreply@blogger.comBlogger1177125tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-25432021653154366132012-11-28T01:35:00.003+00:002012-11-28T01:35:45.155+00:00Preciso-me escrever!Preciso de escrever.<br />
<br />
Dou por mim esmagado pela voracidade da vida... ou talvez queira cobardemente atribuir à vida as minhas fraquezas humanas!<br />
<br />
Vivemos nesta ansiedade de contas, prazos e expectativas. Enganamo-nos com números, como se a vida fosse medível.<br />
<br />
Agora chega! Deixa-me por uns instantes dar-me à liberdade dos afectos, à nitidez da palavra...<br />
<br />
Deixa-me escrever, mesmo que sejam só umas meras linhas de palavras com pouco sentido...Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-29230123271923287442012-06-10T03:47:00.001+01:002012-06-10T03:47:15.889+01:00Enjoado...Podem procurar à vontade, mas dificilmente encontrarão alguém que goste mais de futebol e que tenha mais orgulho em ser Português que este vosso humilde servo.<br />
<br />
No entanto, a pergunta que me ocorre é: como é que é possível que 90 e poucos minutos de um jogo façam gerar tantas horas de conversa televisiva, antes e depois?! É um enjoo de tripas...<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-28333943811969721602012-05-30T03:16:00.005+01:002012-05-30T03:16:44.288+01:00Já não era sem tempo...<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><a href="http://www.blogger.com/goog_2111657388">DIAP deduz acusação contra elementos das claques Juve Leo e No Name Boys</a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><a href="http://www.blogger.com/goog_2111657388"><br /></a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; font-weight: normal; line-height: 15px;"><a href="http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=333884" target="_blank">O Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa deduziu, esta terça-feira, acusação contra 18 elementos das claques Juve Leo e No Name Boys, envolvidos em incidentes antes e durante o Sporting-Benfica disputado a 21 de fevereiro de 2011, em Alvalade. Os indivíduos, 16 da Juve Leo e dois dos No Name Boys, terão de responder pelos crimes de resistência e coação, de ofensas à integridade física, de participação em rixa, de detenção de arma proibida e de arremesso de objetos. </a></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; font-weight: normal; line-height: 15px;"><a href="http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=333884" target="_blank"> Os incidentes remontam a 21 de fevereiro de 2011, no Estádio de Alvalade, à margem do Sporting-Benfica que terminou com o triunfo dos encarnados por 2-0. Na altura a PSP deteve várias pessoas na sequência de confrontos que causaram ferimentos a seis elementos da força policial</a>.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; font-weight: normal; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; font-weight: normal; line-height: 15px;"><br /></span></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-71415817931553237262012-05-23T02:44:00.002+01:002012-05-23T02:44:51.916+01:00Em seara alheia...Durou pouco a euforia leonina.<br />
<br />
Meia dúzia de vitórias simbólicas e a chegada às meias-finais da Liga Europa tinham criado a ilusão que Sá Pinto tinha a chave para o sucesso que Domingos não soubera aproveitar.<br />
<br />
Mas o jogo de Domingo mostrou bem as insuficiências de que a equipa padece. Senão reparem:<br />
<br />
- Izmailov, na minha opinião o melhor jogador do plantel, voltou a jogar meia parte;<br />
<br />
- João Pereira, um dos capitães de equipa, voltou a ver um cartão amarelo por protestos;<br />
<br />
- A solução para segundo ponta-de-lança foi... o central Onyewu!<br />
<br />
- Cedric e Adrien jogaram pela Académica...<br />
<br />
Só tenho pena que ainda não tenha visto um único sportinguista lamentar as atitudes de alguns adeptos perante o árbitro, quando este subiu à tribuna. Num jogo em que a haver equipa a queixar-se do árbitro seria a Académica: dois fora-de-jogos mal assinalados, que isolavam os seus jogadores...Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-32372456158325810922012-05-23T02:35:00.000+01:002012-05-23T02:35:07.182+01:00Vedetices<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;">«Pessoalmente dar-me-ia um nota máxima, um dez, no plano individual, tendo em conta o que se passou durante a temporada. A nível coletivo diria um nove, porque não ganhámos o outro grande título a Liga dos Campeões»</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;">Cristiano Ronaldo em "A Bola"</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;">Já aqui expliquei porque é que não gosto deste fedelho obcecado pelo próprio umbigo. Tenho pena de não ter gravado as palavras do Carlos do Carmo no jantar do 70º aniversário do Eusébio...</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-8408119101723329492012-05-18T15:52:00.002+01:002012-05-18T15:53:20.885+01:00Sem muito mais a acrescentar...RESPOSTA DE JOÃO SALAVIZA A JOÃO PEREIRA COUTINHO<br />
<br />
Caro João Pereira Coutinho,<br />
<br />
O meu nome é João Salaviza e sou um dos senhores de "chapéu na mão" que menciona no seu artigo (<a href="http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/genios">www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/genios</a>).<br />
<br />
Escrevo-lhe para elogiar a clareza do seu pensamento, bem como a genialidade da sua capacidade sintética: em quatro curtos parágrafos tenta reduzir a zero o esforço que um filme leva a fazer e, melhor ainda, apelidar de mendigos os milhares de pessoas que têm dado tudo para fazer com que o Cinema Português continue a existir, mesmo em condições que são cada vez mais adversas. Bem sei que foram muitos os indigentes que no dia 9 se sentaram nas escadas da Assembleia para assistir a uma projeção de cem anos de filmes portugueses.<br />
<br />
André Malraux disse um dia que "A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado". Parece fundamental esta ideia, precisamente por contrariar a sua visão puramente economicista. Nos tempos que correm o discurso dominante aponta para novas formas de escravatura: medo do défice, medo da dívida, medo da troika, medo de perder o emprego, medo de tudo. Não percebe, Sr. Coutinho, que hoje mais do que nunca precisamos da arte e da cultura para combater estas falsas inevitabilidades? Precisamos de criar novos mundos, e não é com números que o vamos fazer.<br />
<br />
É pedir-lhe muito o esforço de entender que a cultura gera uma riqueza que é, acima de tudo, emocional e intelectual?<br />
<br />
No pequeno texto da coluna que convictamente intitula "A Voz da Razão" (haja confiança!), o Sr. Coutinho consegue só falar de dinheiro, como se tudo na vida se resumisse ao binómio investimento & lucro: "investidor internacional"; "(...) de chapéu na mão em busca do dinheiro público", "diversificação das fontes", "chantagear a caridade do Estado", e "Metidos no prego, desconfio que os prémios do cinema português rendiam mais."<br />
<br />
Sr. Coutinho: é inadmissível! Em primeiro lugar porque como jornalista deveria pelo menos informar-se antes de falar: tanto o filme RAFA (do mendigo João Salaviza) como o filme TABU (do mendigo Miguel Gomes) tiveram "investidores internacionais", e isso aconteceu antes dos prémios. A "caridade" veio de França, da Alemanha e do Brasil. Portanto, pergunto-lhe: é por desleixe e por estar mal informado, ou omitiu propositadamente estes factos?<br />
<br />
Finalmente, acho que é de um enorme atrevimento insinuar que se está a "chantagear a caridade do Estado". Em primeiro lugar, porque o cinema português nunca recebeu dinheiro do orçamento de Estado, apenas de uma taxa de 4% sobre a publicidade, portanto se existe sector em Portugal que não beneficia de subsídios e apoios estatais esse sector é exatamente o do Cinema. Em segundo lugar, porque é precisamente o oposto da caridade aquilo que se pretende: um país onde exista o sentido de dever, por parte do Estado, de estabelecer condições para que os seus artistas criem em Liberdade.
<br />
<br />
Aproveito, Sr. Coutinho, para convidá-lo a assistir a um dos filmes portugueses que estão agora em exibição nos cinemas. Pode ser que lhe renda qualquer coisinha.<br />
<br />
João SalavizaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-71716050063042194442012-05-16T03:27:00.000+01:002012-05-16T03:27:07.666+01:00As vidas de JesusQuantas vidas terá Jorge Jesus enquanto treinador do Benfica?<br />
<br />
Para já leva três, a saber:<br />
<br />
Primeira vida: revolucionário, vibrante e eficaz.<br />
<br />
A chegada de JJ revolucionou o futebol do Benfica. Desde o princípio dos anos 90 que não se via uma equipa dominadora, pressionante, solta, a ganhar jogando bom futebol. Foram feitas contratações cirúrgicas e de sucesso (Javi Garcia, Ramires, Saviola) e o treinador conseguiu rentabilizar "activos" que estavam sub-aproveitados (Di Maria, Fábio Coentrão, Aimar, David Luiz). Por último, a equipa não falhou nos momentos decisivos.<br />
<br />
Segunda vida: arrogante, fanfarrão e humilhado.<br />
<br />
Jesus deslumbrou-se com a vitória no campeonato e começou a época a falar na possibilidade de vencer a Liga dos Campeões. Fez contratações desajustadas que fracassaram (Roberto, Kardec, Jara), desprezou figuras importantes do ano anterior (Quim, Nuno Gomes) e não respeitou o principal adversário (Porto), acabando humilhado em todas as frentes nacionais.<br />
<br />
Terceira vida: Redimido, teimoso e ineficaz<br />
<br />
Aprendeu com os erros da época anterior, e surgiu com um discurso mais humilde e realista. Montou um plantel mais equilibrado e com mais e melhores soluções (Artur, Garay, Witsel, Bruno César, Nolito, Rodrigo, Nelson Oliveira), mas insistiu em Emerson, excluiu Ruben Amorim e não aproveitou Saviola. Falhou nos jogos decisivos (Guimarães, Académica e Porto), com erros crassos e desperdiçou uma vantagem de cinco pontos, e a intranquilidade do adversário na primeira metade do campeonato.<br />
<br />
Como será a quarta?<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-27589297266423449722012-05-14T03:08:00.002+01:002012-05-14T03:09:24.969+01:00Ética de traficante de droga...Nuno Lopes foi um dos convidados de Nuno Markl, no "5 para a meia noite" da passada quarta-feira. Não o conheço pessoalmente, mas tenho uma grande admiração pelo seu trabalho como actor. Acho mesmo que é um dos melhores da sua geração, com a rara característica de tanto fazer bem comédia, como drama.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
A certa altura da entrevista, o actor revelou que, para se preparar para a personagem que interpretou no filme "Sangue do meu sangue", passou muito tempo com traficantes de droga de dois mal afamados bairros da Grande Lisboa.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Sobre estes traficantes disse Nuno Lopes: "Conheci pessoas com um coração enorme..." e "há traficantes de droga que não têm nada de mau, fazem disso profissão, mas fora isso são pessoas absolutamente generosas e até com ética".</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Meu caro Nuno, uma pessoa que ganha dinheiro e se sustenta com a desgraça e com a miséria de muitos homens e mulheres, e das suas respectivas famílias e amigos, não pode "não ser mau", e principalmente, não pode saber sequer o que significa a palavra "ética"!</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Estas palavras não só são de uma irresponsável alarvidade, como são uma afronta a todos os que viveram de perto o flagelo da toxico-dependência. Quem trafica droga é cúmplice de um crime cobarde e vil contra seres humanos. Quem explora e incentiva o consumo de droga não é bom nem ético, é criminoso!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Para poderem confirmar que não exagerei, nem manipulei as palavras, aqui vai o <a href="http://www.rtp.pt/multimediahtml/video/5-para-a-meia-noite/2012-05-09" target="_blank">video (minuto 25)</a>.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-87267265204832779942012-05-04T01:39:00.001+01:002012-05-04T01:39:06.566+01:00Eu português me confesso<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;"><a href="http://www.blogger.com/goog_107719439">«Vou partir para voltar a precisar do futebol. O Barcelona fez de mim grande. Nem como jogador ou treinador dei tanto ao clube quanto recebi».</a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;"><a href="http://www.blogger.com/goog_107719439"><br /></a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;"><a href="http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=329281">Pep Guardiola em A Bola.</a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Quer-me parecer que, para ser bom português nos dias que correm, é preciso idolatrar o Real Madrid de José Mourinho e Cristiano Ronaldo.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Lamento mais uma vez desiludir a maioria, mas eu não gosto nem de um, nem de outro. </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Não gosto de Mourinho porque se preocupa apenas em ganhar, seja de que forma for. Desde que a sua desmedida ambição pessoal seja alimentada, tudo vale para lá chegar: jogar mal, provocar os adversários, envolver-se fisicamente com colegas de profissão ou com jogadores, etc.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Não gosto de Ronaldo porque deixou a humildade na Madeira. Esqueceu-se de onde veio e pensa realmente que o mundo gira à sua volta. Quando marca golos procura as câmaras e não os companheiros de equipa, porque vive obcecado com a sua imagem e com o seu ego. É arrogante na vitória e provocador na derrota.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Naturalmente que reconheço aos dois enormes qualidades, ao ponto de ficarem para sempre na história do futebol mundial. Mas para mim ganhar e ser o melhor não chega...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">E é por isso que sou um admirador de Messi, de Pep Guardiola e deste Barcelona, a melhor equipa de todos os tempos. Um colectivo em todos os aspectos, que pratica o futebol espectáculo, que não abusa da agressividade, que ataca e defende como um harmónio, que criou uma escola de jogo e de jogadores (em quantas campanhas eleitorais de clubes portugueses ouvi falar disto?!), que valoriza a formação...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Messi é genial, mas sabe que tem uma equipa fabulosa à sua volta. Não responde a provocações nem se acha alvo de invejas por ser bonito e famoso. É grato ao clube que o formou e não se deslumbra com dinheiro. Não me lembro de ter alguma vez ouvido o público a gritar "Ronaldo" quando Messi entrava em campo...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Guardiola é elegante na derrota e humilde na vitória. Nunca usou a provocação para enervar ou para humilhar adversários. Desfez-se de craques para formar uma equipa de artistas trabalhadores. Achou que o seu ciclo estava a chegar ao fim, e que o clube precisava de sangue fresco. Espero que volte a treinar depressa, faz falta ao futebol...</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;"><br /></span></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-45262368020261000152012-05-01T14:42:00.000+01:002012-05-01T14:42:57.883+01:00Notícia do <a href="http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=48228">Sol</a>:<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #bd0006; font-family: Arial; font-size: 22px; font-weight: bold;">"Promoções de 1.º de Maio deixam lojas Pingo Doce caóticas</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #bd0006; font-family: Arial; font-size: 22px; font-weight: bold;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #bd0006; font-family: Arial; font-size: 22px; font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-size: 14px; font-weight: normal;">Os supermercados da cadeia Pingo Doce estão caóticos neste 1.º de Maio graças a uma campanha lançada pela Jerónimo Martins em que compras acima de 100 euros têm um desconto de 50%.</span></span><br />
Os apelos de alguns para se boicotarem as lojas da grande distribuição por abrirem portas no Dia do Trabalhador não afastaram outros que foram surpreendidos e não resistiram à oportunidade de fazer compras a metade do preço.<br />
Supermercados com filas que chegam à rua e carrinhos indisponíveis para tantos clientes é o cenário que marca este 1.º de Maio nas lojas da cadeia da Jerónimo Martins.<br />
Todos os produtos estão incluídos na campanha, à excepção do bazar, electrodomésticos, têxtil e farmácia e há limite de unidades por produto."<br />
<br />
É impressão minha ou estamos cada vez mais parecidos com um país de 3º mundo?! Este é o resultado da tão falada austeridade, as pessoas estão tão desesperadas que se sujeitam a qualquer esmola, independentemente das condições a que são sujeitas.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-83323727802683506562012-03-22T01:32:00.002+00:002012-03-22T01:33:11.919+00:00Porque hoje é dia de ir para a rua gritar...<iframe width="480" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/SXZ027jCKRo" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-85237134316186981342012-03-15T18:26:00.004+00:002012-03-17T02:26:27.328+00:00ComunicadoPor acreditar que errar é humano, e reconhecer os próprios erros digno, decidi apresentar publicamente este reparo a uma injustiça que cometi com José Carlos Vasconcelos, embora de forma inconsciente. Passo a contar o sucedido da forma mais sucinta que me for possível:<br /><br />A canção "E contra a dita a gente grita" foi composta em dois tempos, com alguns anos de separação pelo meio. Por volta de 1997/98, não me recordo onde nem em que circunstâncias, surgiu-me a ideia de fazer uma canção cujo refrão fosse <div><i>"a dita dura, e contra a dita a gente grita!"</i> </div><div>numa clara alusão ao facto de, apesar de termos derrotado a ditadura de Salazar, ainda estarmos muito longe de viver num sistema justo e equilibrado. Lembro-me também de ter imaginado uma introdução com uma base de percussão e um coro "à Fausto" a cantar </div><div><i>"a dita rói, a dita mói, a dita dói, e contra a dita, a gente grita!"</i>.<br /><br />Esta ideia ficou-me na cabeça, mas deixei-a na "gaveta", até porque na altura ainda fazia parte do grupo Boémia, cujas letras eram escritas por outro elemento.<br /><br />Há cerca de 3/4 anos, foram-me pedidas várias canções para um grupo que ia gravar um disco, produzido por um amigo meu. Como achei que este tema seria apropriado ao trabalho em causa, decidi voltar a pegar na ideia, e construir o resto da letra baseada nos problemas da actualidade. Foi assim que surgiu a canção, que foi primeiro gravada pelo grupo Haja Saúde, depois apresentada por mim no Festival Cantar Abril (Almada) e mais tarde incluída no meu disco "A chave", com o acrescento de um texto escrito pelo Pedro Branco e interpretado pelo José Mário Branco.<br /><br />Acontece que há poucas semanas fui confrontado com o facto de José Carlos Vasconcelos ter escrito um poema chamado "A dita dura", que creio ter sido publicado nos anos 70, tendo chegado a ser censurado pelo antigo regime. Quando tomei conhecimento procurei na internet o dito poema, e ao lê-lo percebi claramente que a minha ideia terá sido inspirada neste poema, embora continue sem me lembrar onde e quando me terei cruzado com ele pela primeira vez.<br /><br />Mas pelas semelhanças na escolha das palavras e da ideia base, não me restam dúvidas que a minha canção é inspirada neste belíssimo e brilhante poema. Claramente a minha memória pregou-me uma partida e levou-me a cometer a injustiça de não ter ficado registado este facto na primeira edição de "A chave".<br /><br />Feito o esclarecimento, gostaria de publicamente apresentar as minhas desculpas a José Carlos Vasconcelos pela omissão (já tive a oportunidade de o fazer por telefone), e assumo o compromisso de nas próximas edições do disco fazer a devida referência.</div><div><br />Para terminar, gostaria de deixar bem claro que foi um erro inconsciente, que nunca tive a intenção de plagiar ou de me apropriar do trabalho e da criatividade do autor, e muito menos de faltar ao respeito ao poeta em causa.<br /><br />15 de Março de 2012<br /><br />Rogério Charraz<br /><br />Os textos em causa:<br /><br /><b>A DITA DURA</b><br /><br />A dita mói<br />A dita rói<br />A dita dói<br /><br />E contra a dita<br />Um povo grita<br /><br />Mas a dita dita<br />Sempre a sua razão<br />Sua palavra é escrita<br />e a do povo não<br /><br />E contra a dita<br />Homens encontram a morte<br />Não dizem sim à dita<br />Por a dita ser mais forte<br /><br />Mas a dita é que data<br />o ovo a casa e a hora<br />precisa implacável exacta<br />não lhe importa quem chora<br /><br />E contra a dita<br />um povo grita<br /><br />Mas a dita é quem dita<br />o que é e os que são<br />por si a lei é escrita<br />e pelo povo não<br /><br />E com mais tintura<br />Ou mais brandura<br />Ou mais censura<br /><br />A dita dura<br /><br />E a dita mói<br />a dita rói<br />a dita dói<br /><br />E contra a dita<br />um povo grita<br /><br />José Carlos De Vasconcelos<br /><br />(Retirado <a href="http://lusofolia.over-blog.com/article-23870560.html">daqui</a>)<br /><br /><span style="font-weight:bold;">E CONTRA A DITA, A GENTE GRITA!</span><br />Letra e Música: Rogério Charraz<br />Texto: Pedro Branco<br /><br />A dita rói<br />A dita mói<br />A dita dói<br />E contra a dita a gente grita!<br /><br />No tempo da outra senhora<br />Só havia p`ró jantar<br />E agora? Só me apetece chorar!<br />É o Juro que sobe<br />Ai meu Deus, quem me acode<br />Quem me tira do buraco<br />Quem me livra do contrato<br />Que assinei p`ra pagar<br />O que não posso comprar…<br /><br />No tempo da outra senhora<br />Todos cantavam o hino<br />E agora? É tudo a fazer o pino!<br />A bandeira na janela<br />Da barraca da favela<br />Chamada bairro social<br />Para não soar tão mal<br />Neste novo português<br />Onde se “kapam” os quês<br /><br />A dita dura<br />A dita dura<br />E contra a dita a gente grita!<br />E contra a dita a gente grita!<br /><br />No tempo da outra senhora<br />Não se podia falar<br />E agora? É tudo a desconversar<br />Na TV do momento<br />Jornal é entretenimento<br />Concurso? Humilhação<br />Futebol até mais não<br />E não perca a novela<br />Enquanto aperta a fivela<br /><br />No tempo da outra senhora<br />Não havia oposição<br />E agora? Ninguém percebe quem são.<br />Do que ontem era ideia<br />Para curar desgraça alheia<br />Hoje só resta a desculpa<br />E o ónus dessa culpa<br />Que com tanta parceira<br />Ainda acaba solteira<br /><br />A dita dura<br />A dita dura<br />E contra a dita a gente grita!<br />E contra a dita a gente grita!<br /><br /><i>A dita é dor que nos mói, que nos rói<br />Mais um dia, mais um passo, o cansaço<br />Mais um calo e não calo<br />Mais um pouco desta pele<br />Mais um pouco desta alma<br />Que hoje a dita continua a ser dita<br />E dura, cada vez mais dura<br />E é por isso que a gente se agita<br />Com a cor de quem ama<br />Com a voz de quem canta<br />Com o peso da revolta<br />Que esta dita, NÃO PASSARÁ!<br />Porque não há dita que nos pare o bater do coração<br />Não há dita que nos tire o calor da nossa mão<br />E contra a dita a gente grita!</i><br /><br /><br />Dizia a outra senhora<br />“Orgulhosamente sós!”<br />E agora? Em que Europa estamos nós?<br />Quotas na agricultura<br />Défice cravado na cintura<br />A factura por cobrar<br />Subsídios que gastámos<br />Dinheiro que esbanjámos<br />E que havemos de pagar<br /><br />A dita dura<br />A dita dura<br />E contra a dita a gente grita!<br />E contra a dita a gente grita!<br /><br />A dita rói<br />A dita mói<br />A dita dói<br />E contra a dita a gente grita!<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-14069056714246366082012-03-03T02:46:00.000+00:002012-03-03T02:47:10.923+00:00Inexplicável!É muito triste que o treinador do Benfica não seja homenzinho, e prefira esconder-se num erro do árbitro, em vez de admitir os muitos erros cometidos pelo próprio e pelos jogadores.<br /><br />Já toda a gente percebeu que o Emerson não tem qualidade para jogar no onze do Benfica, menos JJ. (e hoje lembrei-me tanta vez do Ruben Amorim...)<br /><br />O segundo golo do Porto (numa altura em que o Benfica estava por cima e o Porto decidira arriscar tudo) é um erro crasso do Gaitan e mais uma das facilidades do Emerson.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Mas o que eu não consigo mesmo perceber, por muito que tente, é a decisão de deixar o Matic no banco e manter o Gaitan a defender o Hulk. O terceiro golo do Porto era uma inevitabilidade, com ou sem fora-de-jogo...</span><br /><br />Em três semanas, Jorge Jesus conseguiu destruir um trabalho que estava a ser brilhante, e muito provavelmente preparar a sua saída pela porta pequena...<br />Inexplicável!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-18729986139905348872012-02-23T01:05:00.002+00:002012-02-23T01:13:41.770+00:00Pequenos nadas de 23 de FevereiroLá diz a canção do Sérgio que a vida é feita de pequenos nadas...<div><br /></div><div>Faz hoje 25 anos que desapareceu fisicamente José Afonso, e eu vou a um dos meus programas preferidos (Viva a Musica - Antena 1) tocar as minhas músicas e uma dele. E depois à noite junto-me a outros companheiros para tocarmos e cantarmos só musicas dele...</div><div><br /></div><div>Faz hoje 36 anos que nasceu a minha querida amiga Sandrina Blanco, que escreveu a letra do "Gostava de ser diferente", e faz amanhã cinco anos que eu pisei o primeiro palco com este projecto em nome próprio...</div><div><br /></div><div>Boa noite amigos, companheiros, camaradas,</div><div>A vida é feita de pequenos nadas!</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-73886792189500357092012-01-31T04:16:00.003+00:002012-01-31T04:32:09.831+00:00Bons e maus sinaisNo passado fim-de-semana, o meu Benfica aumentou para cinco pontos a vantagem que o separa do Porto, que sofreu a primeira derrota no campeonato, sem apelo nem agravo! A poucas semanas de se encontrarem na Luz, é um bom sinal!<div><br /></div><div>Nas redes sociais começou imediatamente a campanha de "solitariedade" e desespero: o Benfica levado ao colo pelos árbitros. Sei que o Benfica tem muitos adeptos, mas há outro clube em Portugal que também não se pode queixar de falta de apoio, o Anti-Benfica! :) Outro bom sinal...</div><div><br /></div><div>Pinto da Costa, com a sua habitual astúcia, percebeu que não chega reclamar com as arbitragens, e aproveitou os últimos dias do mercado para trocar dois jogadores irregulares e insatisfeitos por um dos melhores jogadores que passou pelo Porto nos últimos anos, e um ponta-de-lança à séria (a juntar ao Danilo, que tem pinta de craque).</div><div>Já o Benfica despacha para Braga (que está a 3 pontos do Porto!) um dos seus melhores e mais dedicados activos - Ruben Amorim. Reforça o ataque a custo zero (Djaló), mas ficam por resolver as alternativas aos defesas laterais. Mau sinal...</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-39355168872313095962012-01-23T03:07:00.000+00:002012-01-23T03:07:31.449+00:00Rui Veloso comenta "A Chave", de Rogério Charraz<iframe width="480" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/HNjBygY4em8?fs=1" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br />Um orgulho, pois claro... :)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-40493706297549227022011-12-30T16:40:00.001+00:002011-12-30T16:41:07.855+00:00O Filme do anoVi muitos e bons filmes em 2011, mas se tiver que destacar um, o primeiro que me vem à cabeça é este filme francês de 2010, com o título português: Pequenas mentiras entre amigos.<br /><br />Não vos vou cansar com análises pseudo-intelectuais, prefiro descrevê-lo da seguinte forma: se querem ver um filme em que riem durante grande parte do tempo e acabam lavados em lágrimas, esta é a escolha certa...<br /><br /><iframe width="480" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/m7U0OK-Vlf0?fs=1" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-65091469943757034132011-12-27T02:43:00.000+00:002011-12-27T02:43:34.493+00:00E é isto que tenho para vos dizer...<iframe width="480" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/p9Ol1DbJtsE?fs=1" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><br />Embora lá fazer de 2012 um bom ano!Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-72053105825799820962011-12-26T02:21:00.003+00:002011-12-26T02:27:16.326+00:00InconformadoNão contem comigo para o conformismo, para o encolher de ombros, para a passividade, para o lamento sem consequência.<br /><br />Que as pessoas queiram fingir por dois dias que tudo está bem e nada de errado se passa no resto do ano, estão no seu legítimo direito, mas não contem com a minha presença para o legitimar.<br /><br />Nasci com uma inquietação que não me permite calar quando não concordo, estar quando não partilho, ser quando não acredito.<br /><br />Sou exigente para os que me rodeiam, mas serei sempre mais exigente para comigo mesmo...Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-47965932502491388992011-11-16T00:19:00.003+00:002011-11-16T00:41:43.483+00:00Um adeus em forma de arco-íris<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl025U7EIw8U3Qo0t4MLWsEyZNoO7kjZe4ampSB0yg2BrT2VJ6wccuKmq_Ndsxfu60-aZsf5F_YPCJZUghNHvKLTEHMhAymnjjKKa9zk7o-h9J0-vIEQvxWWOjI4-BodA7l5fZ/s1600/IMG_2526.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl025U7EIw8U3Qo0t4MLWsEyZNoO7kjZe4ampSB0yg2BrT2VJ6wccuKmq_Ndsxfu60-aZsf5F_YPCJZUghNHvKLTEHMhAymnjjKKa9zk7o-h9J0-vIEQvxWWOjI4-BodA7l5fZ/s320/IMG_2526.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5675382483697149186" border="0" /></a>O sentido de humor sempre foi um dos meus melhores amigos, a que recorro frequentemente, principalmente em situações constrangedoras.<br /><br />A mesa estava cheia, e quando me apercebi que ainda não tinha memorizado o seu nome, apesar de já a conhecer há algum tempo, arrisquei chamar-lhe Tia Glicémia! Toda a gente se riu, ela também. E foi nesse dia que a minha parvoíce e falta de memória rebaptizaram a Tia Gicélia.<br /><br />A Tia partiu deste mundo no passado domingo, aos 91 anos. Era uma mulher doce, meiga e muito correcta. Foi professora primária, das que em tempos de reguadas e castigos tratava os seus alunos com carinho e tentava disfarçar a miséria em que viviam. Deixou a sua vocação por amor, embora não tenha sido correspondida. Não teve filhos, mas tratou a filha, o genro e os netos da sua irmã como seus. E aqui sim, foi totalmente correspondida.<br /><br />Há algum tempo o seu cérebro acusou o cansaço de tantos anos vividos, e lentamente começou a levá-la para outro mundo. Os primeiros meses que a visitámos no lar eram dos momentos mais divertidos da semana. A distância da irmã refilona tinha-lhe soltado a língua, e passávamos horas a rir com as coisas que dizia, e com as confusões que por vezes fazia.<br /><br />Depois foram-se agravando as ausências e a falta de voz, mas ainda assim, as poucas palavras que se lhe ouviam eram de uma grande ternura e elegância. Ainda ontem alguém que com ela privava há muitos anos me dizia: nunca lhe ouvi uma palavra mais dura, áspera ou desagradável.<br /><br />No dia em que foi a enterrar, o sol e a chuva não quiseram faltar, e juntos formaram um dos mais bonitos arco-íris que vi na minha vida. Poucos minutos antes do seu corpo descer à terra, ele ali estava, mesmo de frente para nós, a mostrar-se de uma ponta a outra. Gosto de acreditar que foi o universo a despedir-se de alguém que deixa muitas saudades...Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-91262328559840552862011-09-21T11:53:00.001+01:002011-09-21T11:54:47.174+01:00O ProfessorRecebi por "emílio", e não resisto a partilhar:<br /><br /><em>Barreiro, 4 de Outubro de 1967 (Quarta-feira)<br /><br />Segundo dia de aulas. Continua o desassossego, com o pessoal a trocar<br />beijos, abraços e confidências, depois desta longa separação que foram<br />3 meses e meio de férias. Estávamos todos fartos do verão, com<br />saudades uns dos outros. A sala é a mesma do ano passado, no 1º andar<br />e cheirava a nova, tudo encerado e polido, apesar do material já ser<br />mais do que velho. Somos o 7.º A e como não chumbou nem veio ninguém<br />de novo, a pauta é exactamente igual à do ano passado. Eu sou o n.º<br />34, e fico sentada na segunda fila, do lado da janela, cá atrás, que é<br />o lugar dos mais altos.<br /><br />Hoje tivemos, pela primeira vez, Organização Política e apareceu-nos<br />um professor novo, acho que é a primeira vez que dá aulas em Setúbal,<br />dizem que veio corrido de um liceu de Coimbra, por causa da política.<br />Já ontem se falava à boca cheia dele, havia malta muito excitada e<br />contente porque dizem que ele é um fadista afamado. Tenho realmente<br />uma vaga ideia de ouvir o meu tio Diamantino falar dele, mas já não<br />sei se foi por causa da cantoria se por causa da política. A Inês<br />contou que ouviu o pai comentar, em casa, que o homem é todo<br />revolucionário, arranja sarilhos por todo o lado onde passa. Ela diz<br />que ele já esteve preso por causa da política, é capaz de ser<br />comunista. Diferente dos outros professores, é de certeza. Quando<br />entrou na sala, já tinha dado o segundo toque, estava quase no limite<br />da falta. Entrou por ali a dentro, todo despenteado, com uma gabardine<br />na mão e enquanto a atirava para cima da secretária, perguntou-nos:<br /><br />- Vocês são o 7.º A, não são? Desculpem o atraso mas enganei-me e fui<br />parar a outra sala. Não faz mal. Se vocês chegarem atrasados também<br />não vos vou chatear<br /><br />Tinha um ar simpático, ligeiro, um visual que não se enquadrava nada<br />com a imagem de todos os outros professores. Deu para perceber que as<br />primeiras palavras, aliadas à postura solta e descontraída, começavam<br />a cativar toda a gente. A Carolina virou-se para trás e disse-me que<br />já o tinha visto na televisão, a cantar Fado de Coimbra. Realmente o<br />rosto não me era estranho. É alto, feições correctas, embora os dentes<br />não sejam um modelo de perfeição e é bem parecido, digamos que um<br />homem interessante para se olhar. O Artur soprou-me que ele deve ter<br />uns 36 anos e acho que sim, nota-se que já é velho. Depois das<br />primeiras palavras, sentou-se na secretária, abriu o livro de ponto,<br />rabiscou o que tinha a escrever e ficou uns cinco minutos, em<br />silêncio, a olhar o pátio vazio, através das janelas da sala,<br />impecavelmente limpas.<br /><br />Enquanto ele estava nesta espécie de marasmo nós começámos a bichanar<br />uns com os outros, cada um emitindo a sua opinião, fazendo<br />conjecturas. Às tantas, o bichanar foi subindo de tom e já era uma<br />algazarra tão grande que parece tê-lo acordado. Outro qualquer<br />professor já nos teria pregado um raspanete, coberto de ameaças, mas<br />ele não disse nada, como se não tivesse ouvido ou, melhor, não se<br />importasse. Aliás, aposto que nem nos ouviu. O ar dele, enquanto<br />esteve ausente, era tão distante que mais parecia ter-se,<br />efectivamente, evadido da sala. Quando recomeçou a falar connosco, em<br />pé, em cima do estrado, já tinha ganho o primeiro round de simpatia.<br />Depois, veio o mais surpreendente:<br /><br />- Bem, eu sou o vosso novo professor de Organização Política, mas devo<br />dizer-vos que não percebo nada disto. Vocês já deram isto o ano<br />passado, não foi? Então sabem, de certeza, mais que eu.<br />Gargalhada geral.<br /><br />- Podem rir porque é verdade. Eu não percebo nada disto, as minhas<br />disciplinas, aquelas em que me formei, são História e Filosofia, não<br />tenho culpa que me tivessem posto aqui, tipo castigo, para dar uma<br />matéria que não conheço, nem me interessa. Podia estudar para vir aqui<br />desbobinar, tipo papagaio, mas não estou para isso. Não entro em<br />palhaçadas.<br />Voltámos a rir, numa sonora gargalhada, tipo coro afinado, mas ele<br />ficou impávido e sereno. Continuava a mostrar um semblante discreto,<br />calmo, simpático.<br /><br />- Pois é, não vou sobrecarregar a minha massa cinzenta com coisas<br />absolutamente inúteis e falsas. Tudo isto é uma fantochada sem<br />interesse. Não vou perder um minuto do meu estudo com esta porcaria.<br />Começámos a olhar uns para outros, espantados; nunca na vida nos tinha<br />passado pela frente um professor com tamanha ousadia.<br /><br />- Eu estudaria, isso sim, uma Organização Política que funcionasse,<br />como noutros países acontece, não é esta fantochada que não passa de<br />pura teoria. Na prática não existe, é uma Constituição carregada de<br />falsidade. Portugal vive numa democracia de fachada, este regime que<br />nos governa é uma ditadura desumana e cruel.<br /><br />Não se ouvia uma mosca na sala. Os rostos tinham deixado cair o<br />sorriso e estavam agora absolutamente atónitos, vidrados no rosto e<br />nas palavras daquele homem ímpar. O que ele nos estava a dizer é o que<br />ouvimos comentar, todos os dias, aos nossos pais, mas sempre com as<br />devidas recomendações para não o repetirmos na rua porque nunca se<br />sabe quem ouve. A Pide persegue toda a gente como uma nuvem de fumo<br />branco, que se sente mas não se apalpa.<br /><br />- Repito: eu não percebo nada desta disciplina que vos venho<br />leccionar, nem quero perceber. Estou-me nas tintas para esta porcaria.<br />Mas, atenção, vocês é outra coisa. Vocês vão ter que estudar porque,<br />no final do ano, vão ter que fazer exame para concluírem o vosso 7.º<br />ano e poderem entrar na Faculdade. Isso, vocês tem que fazer. Estudar.<br />Para serem homens e mulheres cultos para poderem combater, cada um<br />onde estiver, esta ditadura infame que está a destruir a vossa pátria<br />e a dos vossos filhos. Vocês são o amanhã e são vocês que têm que<br />lutar por um novo país.<br />Não vão precisar de mim para estudar esta materiazinha de chacha,<br />basta estudarem umas horas e empinam isto num instante. Isto não vale<br />nada. Eu venho dar aulas, preciso de vir, preciso de ganhar a vida,<br />mas as minhas aulas vão ser aulas de cultura e política geral. Vão<br />ficar a saber que há países onde existem regimes diferentes deste, que<br />nos oprime, países onde há liberdade de pensamento e de expressão,<br />educação para todos, cuidados de saúde que não são apenas para os<br />privilegiados, enfim, outras coisas que a seu tempo vos ensinarei.<br />Percebem? Nós temos que aprender a não ser autómatos, a pensar pela<br />nossa cabeça. O Salazar quer fazer de vocês, a juventude deste país,<br />carneiros, mas eu não vou deixar que os meus alunos o sejam. Vou<br />abrir-lhes a porta do conhecimento, da cultura e da verdade. Vou<br />ensinar-lhes que, além fronteiras, há outros mundos e outras hipóteses<br />de vida, que não se configuram a esta ditadura de miséria social e<br />cultural.<br /><br />Outra coisa: vou ter que vos dar um ponto por período porque vocês têm<br />que ter notas para ir a exame. O ponto que farei será com perguntas do<br />vosso livro que terão que ter a paciência de estudar. A matéria é uma<br />falsidade do princípio ao fim, mas não há volta a dar, para atingirem<br />os vossos mais altos objectivos. Têm que estudar. Se quiserem copiar é<br />com vocês, não vou andar, feita toupeira, a fiscalizá-los, se quiserem<br />trazer o livro e copiar, é uma decisão vossa, no entanto acho que<br />devem começar a endireitar este país no sentido da honestidade, sim<br />porque o nosso país é um país de bufos, de corruptos e de vigaristas.<br />Não falo de vocês, jovens, falo dos homens da minha idade e mais<br />velhos, em qualquer quadrante da sociedade. Nós temos sempre que<br />mostrar o que somos, temos que ser dignos connosco para sermos dignos<br />com os outros. Por isso, acho que não devem copiar. Há que criar<br />princípios de honestidade e isso começa em vocês, os futuros homens e<br />mulheres de Portugal. Não concordam? Bem, por hoje é tudo, podem sair.<br />Vemo-nos na próxima aula.<br />Espantoso. Quando ele terminou estava tudo lívido, sem palavras. Que<br />fenómeno é este que aterrou em Setúbal?<br />Já me esquecia de escrever. Esta ave rara, o nosso professor de<br />Organização Política, chama-se Zeca Afonso.<br /><br />Hélida Carvalho Santos<br /><br />Do site da AJA: http://www.aja.pt/</em>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-36746773341131438042011-06-18T01:30:00.000+01:002011-06-18T01:32:09.169+01:00Precisamos de outra forma de fazer política (I)Já era tempo de termos outra forma de fazer política. E isto vale para os políticos, para os analistas e para os eleitores.<br /><br />Resumo tudo o que ouvi sobre o novo Governo apresentado hoje numa frase: um chorrilho de disparates!<br /><br />Estou à vontade para falar porque não votei PSD, nem CDS, e fiquei mesmo frustrado porque pensei que as pessoas iriam reagir de maneira diferente nestas eleições, tendo em conta o facto de nunca termos estado tão mal, desde o 25 de Abril. Mas todas as teorias que tenho ouvido hoje fazem-me pensar que precisamos de repensar muita coisa na nossa sociedade.<br /><br />Se um governo é formado por figurões é porque são sempre os mesmos, e são os “lobbies”. Se são nomes desconhecidos é porque são segundas figuras, é um governo fraco. Se os ministros são competentes tecnicamente, não têm estofo político, se não são da área falta-lhes competência técnica.<br /><br />No fundo funciona assim: fosse qual fosse a composição deste governo, a oposição iria encontrar uma qualquer razão para criticar. O PS foi o fim do ministério da Cultura (quando o ministério do anterior governo teve um orçamento miserável), o PCP foi o facto do Ministro da Saúde ser um gestor (que por sinal fez um trabalho fantástico na DGI), o BE “malha” no peso excessivo dos aparelhos partidários (quando três das principais pastas foram entregues a independentes). Mas que ninguém veja nas minhas palavras qualquer tipo de apoio à coligação PSD/CDS, porque se hoje se estivesse a apresentar um governo do PS, a reacção seria a mesma.<br /><br />A única declaração que se exigia hoje aos partidos da oposição era no sentido de desejar boa sorte a este governo, e que ajude o país a sair da situação em que está. A única coisa que se pedia aos meios de informação era que nos dessem a conhecer as pessoas que foram escolhidas, sem as análises pseudo-intelectuais. A única coisa que se pede ao cidadão comum, é que tenha uma ideia de quem são os homens que vão dirigir o país nos próximos tempos, e a quem teremos que exigir resultados, fazendo a nossa parte.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-7075591342284340922011-06-16T02:29:00.006+01:002011-06-16T02:39:03.438+01:00Pelo Gui!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvsmEuD8HncXZkcdHI_qSRBh9WqMXJJZvK_1IUIqGMBK6BY-OYeF6Wani2eewFSoYXk8aZHn-tqy7yFSlUDZHPE8mFLpJVDMN9cSVIPdSFUcV-P0Br172ZvKIvosiLCe5iR8fv/s1600/GUI.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 240px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5618623893461142738" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvsmEuD8HncXZkcdHI_qSRBh9WqMXJJZvK_1IUIqGMBK6BY-OYeF6Wani2eewFSoYXk8aZHn-tqy7yFSlUDZHPE8mFLpJVDMN9cSVIPdSFUcV-P0Br172ZvKIvosiLCe5iR8fv/s320/GUI.jpg" /></a> É com grande prazer que participarei num espectáculo para um menino muito especial.<br /><br />O Gui é um menino de 9 anos que sonha com bicicletas, skates e patins. Infelizmente ainda não é capaz de os poder usar. Nasceu prematuro e devido a complicações desenvolveu uma paralisia cerebral. No entanto ele não deixou de sonhar com bicicletas, skates e patins.<br /><br />Tem passado por um longo processo de recuperação, com várias visitas a Cuba, onde foi operado e onde tem feito vários períodos de fisioterapia. É neste país que estão os melhores meios para o Gui poder andar, por isso a mãe está a reunir condições para se mudar para lá por um longo período de tempo (1 a 3 anos).<br /><br />Este espectáculo será uma forma de o ajudar a reunir essas condições. A entrada custa 10 Euros, e seria importante termos a casa cheia. Se por acaso não puderem vir, podem sempre ajudar transferindo o valor do bilhete para:<br /><br />NIB: 0019 0092 00200008964 09<br />IBAN: PT50 0019 0092 0020 0008 9640 9<br />BIC: BBVAPTPL<br /><br />Para mais informações sobre o Gui: <a href="http://forcagui.wordpress.com/">http://forcagui.wordpress.com/</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-47693417147328705302011-06-01T19:54:00.001+01:002011-06-01T19:56:02.413+01:00A pensar em ir à praia no domingo?Veja o video e pense dez vezes...<br /><br /><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/MCjLRD21Qbg" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br /><br />No outro dia um amigo dizia-me que o voto devia ser obrigatório. Eu começo a achar que ele tem razão...Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-11753495.post-72698233645299404872011-05-31T13:48:00.001+01:002011-05-31T13:49:26.625+01:00Novas oportunidades...Chegou-me por e-mail, e vale a pena difundir:<br /><br /><em>Novas Oportunidades - o embuste<br /><br />Começo por informar que não sou, nunca fui e não serei eleitor votante<br />no PSD. Situo-me num espectro político-ideológico completamente diverso,<br />portanto a razão do meu contacto não tem qualquer motivação partidária.<br />Simplesmente acho que este assunto é demasiado sério para ser tratado<br />apenas como uma guerra de palavras entre dois partidos candidatos ao<br />governo.<br /><br />Fui formador de informática durante 17 anos, actividade que deixei de<br />exercer a tempo inteiro em Agosto passado, quando ingressei na<br />Administração Pública, mas nos últimos anos tive a infeliz oportunidade<br />de conhecer a realidade da formação nas Novas Oportunidades. "Infeliz"<br />porque pude verificar que se trata de um completo embuste. Em 17 anos de<br />actividade e com mais de 12.000 horas de formação ministrada, a única<br />vez que tive vontade de abandonar um curso foi nas Novas Oportunidades.<br /><br />De facto, o modo como estes cursos estão estruturados é mau demais para<br />ser verdade, e quem não conheceu a situação no terreno nem imagina a<br />tragédia que aquilo é. E é este o motivo que me leva a entrar em<br />contacto convosco: para dar o testemunho de quem teve a desdita de<br />ministrar cursos das Novas Oportunidades.<br /><br />1. O primeiro foi num centro de emprego na região de Lisboa.<br />Pretendia-se certificar os formandos com qualificação equivalente ao 6º<br />ano, num curso qualificado como B2. Coube-me ministrar 100 horas de<br />informática, onde se deveria incluir módulos de Word, Excel, PowerPoint<br />e Internet. As dificuldades começaram logo na utilização do próprio<br />computador, porque a formação de base da maioria dos 10 formandos era<br />tão rudimentar que vários deles nem o seu próprio nome de utilizador e<br />respectiva "password" conseguiram fixar durante aquelas 100 horas.<br /><br />Começando com o módulo de Word, a avaliação foi quase desastrosa por<br />vários motivos: os conhecimentos de português eram quase nulos em vários<br />dos formandos; houve quem não conseguisse escrever sequer um parágrafo<br />completo durante aquele tempo; havia quem conseguisse dar dois erros<br />ortográficos na mesma palavra.<br /><br />No módulo de Excel, as coisas foram piores, de tal forma que ao fim de 3<br />sessões desisti de continuar com aquele módulo. Era impossível fazê-los<br />perceber como calcular esta coisa simples: se fossem à bomba de<br />gasolina, abastecessem 25 litros e cada litro custasse 1,2 €, quanto<br />gastariam? Este era o cálculo mais simples que se poderia executar numa<br />folha de cálculo, mas primeiro era preciso que percebessem o raciocínio<br />do cálculo. Impossível.<br /><br />Só no PowerPoint e na Internet é que se conseguiu que a generalidade dos<br />formandos fizessem algum trabalho visível. Mesmo assim, o panorama geral<br />era francamente desolador. Cheguei a falar com os professores de<br />português e matemática para perceber se aquela tragédia era mesmo o que<br />parecia, o que me foi confirmado. Na altura a minha filha estava no 5º<br />ano, e tinha mais conhecimentos que qualquer um deles.<br /><br />Os problemas não se ficavam por aqui. Em termos pessoais as coisas ainda<br />eram mais difíceis. Um dos formandos era alcoólico e trabalhava zero.<br />Chegava às aulas alcoolizado e era incapaz de acompanhar qualquer<br />assunto. Outro tinha estado preso por tráfico de droga. Outro era um<br />jovem de 19 anos que se gostava de exibir nas aulas a dizer que era gay.<br />Outra, com 55 anos, andava sempre atrelada a este e era ele que lhe<br />fazia os testes, porque ela deixava de trabalhar quando ele estava<br />próximo, enquanto nos intervalos aproveitavam para dar umas passas.<br />Outra ainda dizia ser doente e faltava constantemente, chegava tarde e<br />saía cedo porque tinha de apanhar o autocarro, e saía constantemente da<br />sala para tomar comprimidos porque estava cheia de dores.<br /><br />Como as minhas aulas eram quase sempre nos últimos dois tempos, das 18<br />às 20 horas, eles queriam sair mais cedo não havendo intervalo. Mas como<br />eram os últimos tempos, antes iam jantar ao refeitório, donde resultava<br />que por vezes entravam na sala às 18:30 e às 19:30 queriam ir-se embora.<br />No meio de tudo, o que verdadeiramente os preocupava era quando iriam<br />receber o subsídio...<br /><br />No final de tudo aquilo, como profissional que leva o seu trabalho a<br />sério, fiz um relatório de avaliação onde indiquei que 3 dos formandos<br />não iriam ser aprovados porque não tinham os conhecimentos mínimos para<br />tal. Perante isto fui contactado pela pessoa coordenadora do curso, que<br />me pediu por favor para os passar, pois se não o fizesse eles não<br />poderiam receber o diploma. Acedi contrariado mas elaborei uma<br />informação a justificar o meu desacordo e senti que estava a colaborar<br />numa farsa.<br /><br />Posteriormente voltei ao mesmo centro de formação para frequentar uma<br />acção de actualização do CAP (Certificado de Aptidão Profissional), onde<br />a formadora era uma colega que também tinha sido formadora do mesmo<br />curso. Informou-me que o tal formando alcoólico estava agora a<br />frequentar outro curso das Novas Oportunidades para obter o 9º ano! Eu<br />nem queria acreditar. O homem é quase analfabeto!<br /><br />2. Depois desta tragédia, fui convidado por uma empresa de<br />formação para ministrar um curso do mesmo género fora de Lisboa, neste<br />caso para um nível equivalente ao 9º ano. Foram-me atribuídos dois<br />módulos, introdução à informática e PowerPoint, em dias alternados. Fui<br />eu que abri o curso, e durante 7 horas no primeiro dia estive a falar de<br />conceitos gerais de informática e de utilização do computador, de<br />arrumação de pastas e ficheiros.<br /><br />Qual foi a minha surpresa quando verifiquei que no segundo dia iria<br />outro formador dar Excel, no terceiro dia iria outra formadora dar Word<br />e no quatro dia voltaria eu, para continuar a falar de pastas e<br />ficheiros! Pensei para mim próprio: onde eu vim cair! Como é possível<br />que um curso seja estruturado desta forma? Que lógica de aprendizagem é<br />esta? Quem estabelece este calendário? Como se admite que num dia se<br />fale de pastas e ficheiros e no dia seguinte se esteja a falar de folha<br />de cálculo sem ainda se ter explicado no módulo inicial como se criam<br />pastas?<br /><br />E de quem é a responsabilidade desta amálgama? Quem propõe este<br />calendário e quem o aprova? Será a empresa formadora que propõe, ou<br />serão os responsáveis que, sentados num gabinete e sem qualquer noção do<br />que é uma acção de formação, determinam que um formador não pode dar<br />mais do que 7 horas seguidas na mesma turma, e por isso tem de se<br />misturar módulos diferentes com formadores diferentes sem qualquer<br />lógica nem critério?<br /><br />3. Num terceiro caso, o objectivo já era certificar o 12º ano. Uma<br />das participantes era também uma jovem com 19 anos a quem perguntei<br />porque não ia fazer o 12º ano numa escola. Resposta: porque aqui é mais<br />fácil.<br /><br />Apesar de tudo estes eram mais empenhados, embora deixassem alguns<br />comentários em tom incomodado como "o quê, temos de fazer uma<br />avaliação?"<br /><br />Mas o programa do curso... oh céus! Como é possível, como, elaborar<br />programas como aqueles? Consulta-se o conteúdo programático dos vários<br />módulos das UFCD (unidades de formação de curta duração), e vemos estas<br />pérolas:<br /><br />· Informática - evolução<br />25 horas<br /><br />· Arquitectura de computadores<br />50 horas<br /><br />· Gestão e organização da informação<br />25 horas<br /><br />· Sistemas operativos<br />50 horas<br /><br />· Sistemas operativos multitarefas<br />50 horas<br /><br />· Sistemas operativos utilitários complementares 25<br />horas<br /><br />Daria vontade de rir se não fosse trágico. Como é possível elaborar 3<br />módulos de sistemas operativos, a par com um de gestão de ficheiros ,<br />ter formadores a falar das mesmas coisas durante 50 horas em módulos<br />supostamente diferentes? Pergunto eu: alguém faz ideia do que está a<br />fazer quando elabora estes módulos?<br /><br />Vale a pena consultar estes conteúdos:<br /><br />http://www.catalogo.anq.gov.pt/UFCD/Detalhe/736<br /><br />http://www.catalogo.anq.gov.pt/UFCD/Detalhe/737<br /><br />http://www.catalogo.anq.gov.pt/UFCD/Detalhe/738<br /><br />Alguém que perceba como é que se diferencia uns dos outros, e que<br />justificação existe para fazer disto módulos de 50 horas. Quem são os<br />crânios, sentados atrás duma secretária e sem ter qualquer noção do que<br />é a formação, que determinam que os módulos têm todos de ser em<br />múltiplos de 25 horas? E pedagogicamente, qual é a lógica subjacente? Se<br />as aulas são normalmente de 3 horas ou 3 horas e meia, como se faz um<br />calendário com pés e cabeça de modo a completar 25 horas? Não têm sequer<br />a noção básica de que as durações deviam ser em múltiplos de 3? Quem é<br />que é pago para conceber esta miséria?<br /><br />E o que são os sistemas operativos utilitários complementares? São 25<br />horas para ensinar a utilizar um antivírus e compactar de descompactar<br />ficheiros com um programa do tipo WinZip. 25 horas para isto? Era como<br />se criassem um módulo para ensinar a atarraxar lâmpadas: explicava-se<br />numa hora e depois ficava-se 24 horas e roscar e desenroscar a<br />lâmpada...<br /><br />É isto que resulta das Novas Oportunidades: andar a "certificar"<br />analfabetos que na sua maioria não estão minimamente interessados em<br />aprender o que quer que seja, querem sim ter um diploma que ateste que<br />têm o 9º ou o 12º ano, mas que quando forem para o mercado de trabalho<br />irão mostrar a sua total ignorância. Como me podem "obrigar" a passar<br />pessoas como tendo competências informáticas quando nem um parágrafo<br />conseguem escrever? E o meu nome fica associado a uma vigarice destas a<br />troco de quê? Por que carga de água é que eu hei-de dizer que aquelas<br />pessoas têm competências que não têm?<br /><br />De facto, seria bom que alguém fizesse uma auditoria (mas a sério, não a<br />fingir) à seriedade das Novas Oportunidades. Pessoalmente considero,<br />mais que um embuste, um roubo que se está a fazer aos portugueses apenas<br />para mascarar estatísticas com pseudo-qualificações que, objectivamente,<br />as pessoas não têm.<br /><br />No fim da minha colaboração com este programa, para além da frustração<br />perante a inutilidade daquilo que estive a fazer, sobreveio<br />principalmente uma enorme indignação por verificar que estava a assistir<br />a um desbaratar de recursos de forma totalmente inútil e da qual não<br />advém qualquer mais-valia para o país.<br /><br />Estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais que<br />considerem necessários. Acrescento que uma cópia deste e-mail vai ser<br />enviada para todos os grupos parlamentares, uma vez que vi a notícia de<br />que o assunto vai ser discutido no parlamento. Espero que o meu<br />testemunho ajude a esclarecer os espíritos.<br /><br />Com os melhores cumprimentos<br /><br />Mário Feliciano</em><br /><br />Uma opinião de quem esteve por dentro...Unknownnoreply@blogger.com0