Já era tempo de termos outra forma de fazer política. E isto vale para os políticos, para os analistas e para os eleitores.
Resumo tudo o que ouvi sobre o novo Governo apresentado hoje numa frase: um chorrilho de disparates!
Estou à vontade para falar porque não votei PSD, nem CDS, e fiquei mesmo frustrado porque pensei que as pessoas iriam reagir de maneira diferente nestas eleições, tendo em conta o facto de nunca termos estado tão mal, desde o 25 de Abril. Mas todas as teorias que tenho ouvido hoje fazem-me pensar que precisamos de repensar muita coisa na nossa sociedade.
Se um governo é formado por figurões é porque são sempre os mesmos, e são os “lobbies”. Se são nomes desconhecidos é porque são segundas figuras, é um governo fraco. Se os ministros são competentes tecnicamente, não têm estofo político, se não são da área falta-lhes competência técnica.
No fundo funciona assim: fosse qual fosse a composição deste governo, a oposição iria encontrar uma qualquer razão para criticar. O PS foi o fim do ministério da Cultura (quando o ministério do anterior governo teve um orçamento miserável), o PCP foi o facto do Ministro da Saúde ser um gestor (que por sinal fez um trabalho fantástico na DGI), o BE “malha” no peso excessivo dos aparelhos partidários (quando três das principais pastas foram entregues a independentes). Mas que ninguém veja nas minhas palavras qualquer tipo de apoio à coligação PSD/CDS, porque se hoje se estivesse a apresentar um governo do PS, a reacção seria a mesma.
A única declaração que se exigia hoje aos partidos da oposição era no sentido de desejar boa sorte a este governo, e que ajude o país a sair da situação em que está. A única coisa que se pedia aos meios de informação era que nos dessem a conhecer as pessoas que foram escolhidas, sem as análises pseudo-intelectuais. A única coisa que se pede ao cidadão comum, é que tenha uma ideia de quem são os homens que vão dirigir o país nos próximos tempos, e a quem teremos que exigir resultados, fazendo a nossa parte.
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