6 de abril de 2010

O Professor

" (Jesus) Viveu e morreu de acordo com aquilo em que acreditava, ou seja, em absoluta e sofrida paz consigo próprio. Incitou-nos a fazer o mesmo, não apenas como indivíduos, mas de um modo fraternal, solidário. E por isso, este agnóstico pensa nele com um enorme orgulho e deseja que amanhã ressuscite de novo simbolicamente para alegria de tantos, mas viva o ano inteiro nas práticas quotidianas e escolhas éticas de muitos mais. Para o bem de todos..."

"O meu Pai sofreu o primeiro enfarte e a Mãe disse, com envergonhada firmeza: “se morrer, apenas fico por tua causa e dos meninos, a vida sem ele não faz sentido. Desculpa”. Abracei-a em silêncio, nada havia a desculpar - eu fora testemunha, fruto e voyeur invejoso de um árduo amor perfeito durante cinquenta anos.
(...)
Não consegui e ela regressou às catacumbas do cérebro. O corpo resistiu doze anos, o espírito há muito que se juntara a meu Pai. Agora, espera-me em Cantelães. Onde lhe reencontrarei o colo. E bálsamo para a culpa não culpada que ainda sinto. Só ela o pode fazer, “vem, menino”. Abrindo sorriso e braços, lá onde repousa - no meio das (outras) flores"

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