5 de dezembro de 2009

Bem feito!

Carlos Dunga reagiu com ironia ao sorteio para o Mundial 2010. O seleccionador brasileiro considera que o confronto com Portugal na primeira fase será «um Brasil A contra Brasil B», numa clara referência aos três luso-brasileiros da Selecção Nacional.

«É Brasil contra Brasil. Brasil A contra Brasil B. Há muitos brasileiros na selecção de Portugal. Sem dúvida que será um jogo emocionante. Temos de estar preparados. O Brasil respeita Portugal. Respeitamos e somos respeitados», disse o campeão do mundo de 1994.

É a este ridículo que nos expomos. Eu preferia não ter chegado à África do Sul, a ter sido qualificado com "golpes de secretaria". É um comentário jocoso, e provocatório, mas acertado.

Porque as selecções de futebol deixaram de ser representações dos países, são hoje meros clubes que "contratam" estrangeiros para as posições onde apresentam mais fragilidades. E isto é apenas e só o reflexo do mundo em que vivemos, em que o importante é ganhar, mesmo que se subvertam as regras, e se desrespeite valores como a nacionalidade.

Seria muito fácil à FIFA acabar com esta pouca vergonha. Bastava estabelecer regras: um jogador só pode jogar pela selecção de um país que não o de origem desde que (para além de obter a nacionalidade, como é óbvio) o faça até ao escalão de sub-21. Só poderão representar a selecção principal jogadores nascidos no país, ou que tenham representado os escalões inferiores. Simples, não? Não, porque isso implicaria mexer com interesses de selecções como Espanha, Alemanha, Itália e muitas outras...

É por estas e por outras que deixei de vibrar com as selecções. Pensei que Carlos Queiroz iria pôr alguma ordem no reino do Dr. Madaíl, mas lá está, as coisas estavam a correr mal, e o importante era ganhar...

Triste mundo, o nosso...

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