Uma história, uma fábula, uma alegoria.... como lhe quiserem chamar, o nome não é o mais importante...
Fulano acordou naquele dia nostálgico, com uma sensação de vazio que quase o sufocava. Não foi um acordar diferente dos últimos dias, mas desta vez sentiu necessidade de ajudar alguém, de fazer algo de importante por terceiros. Precisava de ver no rosto de outros a felicidade que não encontrava na sua.
Saíu à rua, e encontrou uma velhota parada, a olhar o movimento de uma estrada que passava ao seu lado. Pensou para si próprio que não há coincidências, e sem hesitar foi direito à velhota:
- Minha Senhora, permita-me que a ajude a atravessar a estrada.
- Não, meu filho...
Antes que a velhota pudesse acrescentar o que quer que fosse...
- Não se preocupe, eu não a quero roubar e não lhe vou pedir nada no fim!
E num impulso lançou-se à estrada, pedindo gentilmente aos incrédulos automobilistas que interrompessem a sua marcha.
- Mas, meu filho...
- Vá, deixe-se de coisas, não me custa nada...
E delicadamente pousou a velhota no colo, atravessando a estrada rapidamente para não fazer esperar mais os atónitos automobilistas. Assim que pousou a velhota no chão, voltou a interrompê-la, enquanto com gestos agradecia aos estupefactos automobilistas:
- Não precisa de me agradecer. Foi um gosto ajudá-la. Temos que ser uns para os outros, não é verdade? Tenha um bom-dia...
E virou costas, satisfeito da vida, não reparando no desespero da velhota que há minutos lhe tentava explicar que não queria atravessar aquela estrada, e apenas tinha parado para ganhar um pouco de fôlego!
Fulano teve a melhor das intenções, mas não só não ajudou, como conseguiu atrapalhar a vida à velhota que agora teria que voltar a atravessar a movimentada estrada para retomar o seu caminho. E Fulano não percebeu que enquanto tentava ajudar outros ignorava os seus próprios problemas, o seu vazio.
Fim.
Bom fim-de-semana!
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