19 de março de 2009

Pecador, me confesso

Não sou homem de esconder a sujidade debaixo do tapete.

Teria sido fácil apagar o comentário que a Fernanda aqui deixou há dias. Mas não o fiz. Talvez para me castigar a mim próprio por ter falhado com um amigo que precisava e merecia a minha atenção, a minha presença.

Teria sido fácil responder-lhe que não é em público que se chama os amigos à atenção, mas a verdade é que lhe reconheço a razão. A verdade é que sei que estive demasiado ausente num momento crítico da vida do Dionísio. E aceito a sua mágoa e a sua tristeza.

E de nada adianta vir dizer que estranhei durante meses a sua ausência, que pressenti que algo de mau estava a acontecer, que prometi a mim mesmo centenas de vezes que ia ligar, que ia mandar um "e-mail".

De nada serve alegar os mil e um compromissos, as voltas e reviravoltas na vida pessoal e profissional, a dificuldade em corresponder a todas as solicitações.

Há momentos na vida em que as justificações não passam de meras desculpas.

Por isso, à Fernanda e ao Dionísio o meu pedido de desculpas.


Nota: Teria também sido fácil de apagar o comentário feito sobre a vergonhosa e envergonhada capa do anonimato. Mas também não o fiz, porque quero que essa dita pessoa o leia sempre que por aqui passe. Pode ser que um dia perceba o quão infeliz é a sua vida, que tem que espreitar a dos outros e regozijar-se com o mal para sentir algum tipo de emoção. Anónimo(a), eu falhei, mas não sou um falhado. Consegues dizer o mesmo com convicção, mesmo que em inglês?