28 de fevereiro de 2006

Março na Ribeira


Para todos interessados informo que estaremos no Ribeirarte (Mercado da Ribeira, Cais do Sodré) nos próximos dias 2 e 16 de Março.

Apareçam...

Conversas de Taberna

Por vezes gosto de acreditar na justiça divina. Desta feita, os Deuses castigaram Baía por ter saído incólume do frango do ano passado!

26 de fevereiro de 2006

Meu Amor Eterno

Há poucas coisas de que me arrependo na vida. Mas há erros que se cometem que são de uma grande injustiça.
Em todos os formulários e fichas que tive de preencher ao longo da minha vida, sempre que tinha que indicar a profissão da minha mãe eu escrevia "doméstica". Foi isso que me ensinaram, as mulheres que ficam em casa a tratar dos filhos são domésticas. Mas a minha mãe nunca foi doméstica. A profissaõ da minha mãe, exercida há 36 anos é ser Mãe. Assim, com letra maiúscula e tudo.
Profissão da mãe: Mãe
A minha mãe assumiu com tal brio o seu papel que passou a ser Mãe acima de tudo. Mais que mulher foi Mãe. Mais que esposa foi Mãe. Mais que filha, irmã ou tia foi Mãe. Muito mais que doméstica ou "dona de casa" ela foi Mãe.
E logo escolheu a profissão mais exigente e desgastante que existe. Trabalha 365 dias por ano, 24 horas por dia. Não tem direito à greve. Não se pode despedir por justa causa, nem por outra causa qualquer. Não existem horários, a disponibilidade tem que ser total.
Não me fica bem dizer isto, mas os resultados do seu labor e da sua arte estão bem à vista. De tal forma foi bem sucedida na sua "carreira" que foi promovida: agora é Avó.
Profissão da mãe: Mãe e Avó
E como Mãe não tem direito a descanso acumula as duas funções, embora com menor carga horária.
Só espero que um dia me possa perdoar a burrice de ter escrito doméstica onde deveria ter aparecido Mãe. E agora, Mãe e Avó.
Mas não uma mãe qualquer. A minha mãe, a única. O ser humano mais humano no ser que conheço. Que toma as dores dos outros como suas, sofrendo às vezes mais que os próprios. Que é incapaz de dizer não a quem lhe bate à porta, mesmo sabendo que pode estar a ser enganada, mesmo quando a pessoa que lhe bate à porta já antes a enganou. A única pessoa que conheço que não entende, nunca entendeu e nunca vai entender o reverso da medalha, a maldade do ser humano. A pessoa que me ensinou o prazer de dar, de fazer o bem aos outros sem esperar nada em troca. A quem eu bebi o exemplo de estar sempre disponível para ajudar o próximo.
Meu Amor Eterno!

25 de fevereiro de 2006

O que queria dizer....

... pela voz de António Lobo Antunes.

Não tem medo da morte física?
Claro que tenho. Mas vou sobretudo ter saudades da vida. Vai aborrecer-me não estar cá para ver. É terrível a brevidade da vida, mas às vezes a vida também é muito comprida. Churchill dizia que os anos passam num instante, o que custava a passar eram os minutos, que são lentíssimos. Já reparou como, a partir dos 25 anos, tudo é mais rápido? Já foi Verão, já é Verão outra vez. Quando não estamos diante de um espelho, não temos idade. Quando nada nos dói, não temnos corpo. E a doença é isso - é ter um corpo, um corpo desagradável que nos faz sofrer. Por várias razões, tenho passado algum tempo no hospital. Não entendo o espectáculo do sofrimento.

Na Visão desta semana.

24 de fevereiro de 2006

Hoje lembrei-me, amigo


Lembras-te amigo?

Lembras-te das noites e noites a dar toques na bola, tu sempre mais atinado que eu, horas e horas a fio, 1, 2, 3, 4, 5, olha o carro, 6, 7, 8, 9, boa! já bateste o recorde...

Lembras-te da pancada que nos deu (ideia tua e do Esteves, claro!) de andar a noite toda a roubar os "pipos" dos pneus dos carros da vizinhança inteira. E os vizinhos no dia seguinte a vociferar contra os malandros, que não têm nada que fazer, que se os apanhassem, e nós em cúmplice sorriso interior...

Lembras-te amigo?

das brincadeiras na praceta, o nosso reino, os três mosqueteiros a lutar contra as espigas, os concursos com prémios e tudo, o campeonato de caricas, os tribunais, o juiz, o advogado de defesa, o Gouveia de testemunha a "comer o seu pratinho de feijões"...

do aniversário em casa do Tilas,
ainda hoje para os meus pais ele é o Tilas, e se o gajo detestava a alcunha...
a compor-mos o hit da época, a letra cheia de telefonemas, para os jogadores do Benfica, claro! E o lado B, "Meu amigo Cabo Verde"...

Lembras-te amigo?

das longas tardes a jogar à bola, do golo de calcanhar que marcaste a jogar aos centros com os grandes,
foste o herói da tarde,
da exclusão que nos induziste a aplicar ao Ricardo,
aínda hoje não percebo porquê,
da minha queda para estar sempre a mandar-me para o chão

Lembras-te amigo?

da tua certeza inabalável,
"Claro que sei quando é o último comboio, eu estudo aqui..."
e nós a palmilhar da Portela de Sintra a Rio de Mouro, GNR para trás, mãe furiosa pela frente...

dos memoráveis concertos em Alvalde, o Portugal ainda vivo, os GNR com lotação esgotada, os teus Dire Straits, os meus Guns,
e nós a lançarmos palavras de ordem,
sempre em frente à torre de som...

Lembras-te amigo?

das noites de guitarradas, tu a fazeres a primeira voz mas a minha sempre mais alta...
eu a solar, tudo ao lado, e tu a gabares-me aos outros "Diz que se engana, tomara eu enganar-me assim!"
o nosso maior fã, com "piquinho a azedo", simpático mas...

o nosso primeiro e único concerto, em Maceira, um flop...

das nossas amigas canadianas,
nossas? bom, não fui eu que brilhei...

Lembras-te amigo?

Lembras-te de nós assim?

23 de fevereiro de 2006

Lembrou-me o meu amigo Zé Manel que faz hoje 19 anos que o mundo, e em particular Portugal, ficou mais pobre ao ver partir José Afonso. Não me apetece escrever muita coisa, quem me vê tocar percebe o que sinto por este homem que só conheci através da sua obra.
Utopia
José Afonso

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

Sexta e Sábado, Guimarães presta a justa homenagem a um pilar da nossa cultura. Quem sabe se não me verão por lá...

21 de fevereiro de 2006

Conversa de Taberna

Faço minhas as palavras que iluminam a capa de hoje do jornal "A Bola":

"TENHAM NA ALMA A CHAMA INTENSA"

Eu acredito, e lá estarei com a minha energia positiva que já deu uma pequena ajuda com o Lille e com o Manchester United (com o Villareal tinha as baterias descarregadas).

20 de fevereiro de 2006

Um copo vazio

Copo vazio
música e letra: Gilberto Gil
1974


É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar

É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar

É sempre bom lembrar
Guardar de cor
Que o ar vazio de um rosto sombrio
Está cheio de dor

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar

Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor
Que a dor ocupa a metade da verdade
A verdadeira natureza interior
Uma metade cheia, uma metade vazia
Uma metade tristeza, uma metade alegria
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar

© Gege Edições Musicais ltda (Brasil e América do Sul) / Preta Music (Resto do mundo)



Ficha técnica da faixa
voz e violão: Gilberto Gil

"Chico Buarque estava sendo hipercensurado naquele momento, e quis responder a isso fazendo um disco só com músicas de colegas. Por isso pediu a Paulinho da Viola, a Caetano, a mim e a outros que compusessem para ele.

"Eu estava em casa, sentado no sofá, já de madrugada. Tinha tomado um copo de vinho no jantar, e o copo tinha ficado na mesa. Pensando no que é que eu ia fazer pro Chico, eu de repente vi o copo vazio e concentrei o olhar nele para dali extrair emanações de imagens e significados, a princípio como se para nada obter, mas logo constatando: 'O copo está vazio, mas tem ar dentro'. Disso me vieram idéias acerca das camadas de solidificação e rarefação que vão se sucedendo nas coisas - e disso, a música.

"A letra faz uma viagem ao mundo das coisas sutis, transcendentes, mas suas primeiras frases são muito significativas em termos do que estava acontecendo: regime de exceção, censura, o Chico privado de sua liberdade artística plena etc. Embora não fosse essa a intenção principal, as dificuldades da situação contingencial estavam necessariamente metaforizadas, e qualquer crítica à canção em termos de fuga da realidade esbarraria no fato de que, ao contrário, a letra parte da realidade e não foge dela; foge com ela, se for o caso..."

16 de fevereiro de 2006

Richard Bona

"When it came to build a guitar he had some trouble to find guitar strings. Then the bicycle shop saved him. What can have a bicycle shop and a fabulous young talent who lives in a small Cameroonian village in common ? That actually led to the wonderful bass player who performs with illustrious musicians today… Because Richard was not only gifted, but also clever. He had no guitar strings, so he stole a couple of bicycle brake cables to make some!"

Vi-o uma vez no Mezzo a cantar e a tocar baixo e fiquei tão banzado que lhe decorei o nome. Agora, graças ao meu querido João Balão, descobri esta página onde se pode ler a sua história, donde retirei este pequeno trecho, e ouvir um pouco da sua música. Por acaso não tens aí um disquito do miudo, João?

Chamada de atenção

Ao meu amigo Jörg, o homem das efemérides. Fez na passada segunda-feira (dia 13 de Fevereiro) cem anos que o mundo viu nascer Agostinho da Silva. Aguardo a referência no teu Glatteis.

Duas faces da mesma moeda

Na Visão:

"Na sexta-feira, 3, um anónimo jogou no prazo-limite, na papelaria Kaala, em Odivelas, e tornou-se no séptimo português a triunfar no Euromilhões, dando a volta à probabilidade de um para 76 milhões, com os seus dois euros de aposta mínima, entre um volume total de 47 milhões de euros. Caíram 61 191 026 euros na sua conta bancária."

"«Só há uma maneira de saír do casino com uma pequena fortuna: é entrar com uma grande.» José Ramos, 51 anos, a voz dos spots promocionais da SIC, perdeu, numa década, no Casino Estoril, mais de um milhão de euros. E das duas vezes que ganhou 20 mil euros, o dinheiro foi logo para saldar dívidas aos agiotas e maleiros. «Bastava pôr a mão atrás das costas.»
Num assomo do vício, José partiu, com um murro, uma slot que lhe tragou uma fortuna. No dia seguinte, como nos outros, desafiou a mesma máquina: dava 500 euros em fichas «a um desocupado» para este reservar o aparelho, enquanto o locutor não chegava. Em 1998, pediu à Inspecção de Jogos a sua interdição, nas salas de jogo do Estoril. Quando esta veio, era de dois anos «e não de cinco, como tinha pedido». Persistiu no vício sem que lhe barrassem o acesso: «Sempre entrei quando quis.» Largou a dependência em 2001, graças a um psicólogo. «Isto é como o álcool ou a droga.» Nunca mais foi às festas da SIC, no Casino. «Só quando parei de jogar é que percebi que era um ludopata. Tive tremuras que paravam sempre Às 3 da manhã.» A hora que o casino fechava."

Estranho...

São de 22h15 de uma Quinta-feira, e eu estou em casa. Estranho....

15 de fevereiro de 2006

Passeio dos prodígios

Vamos enganar o tempo
saltar para o primeiro combóio
que arrancar da mais próxima estação!
Para quê fazer projectos
quando sai tudo ao contrário?
Pode ser que, por milagre,
troquemos as voltas aos deuses
Jorge Palma

14 de fevereiro de 2006

Coisas que marcam...

Ao falar do meu tio lembrei-me que num dos meus aniversários me ofereceu este single, em vinil, que ainda hoje conservo com carinho.

Ficou uma das músicas da minha vida:

Russians

In Europe and America
there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets

Mister Krushchev said,
'We will bury you'
I don't subscribe to this point of view
It'd be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too

How can I save my little boy
From Oppenheimer's deadly toy?
There is no monopoly on common sense
On either side of the political fence
We share the same biology
Regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too

There is no historical precedent
to put Words in the mouth of the president
There's no such thing as a winnable war
It's a lie we don't believe anymore
Mister Reagan says 'We will protect you'
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too

We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us, me and you
Is if the Russians love their children too

Sting

Parabéns!

Este é mesmo um dia especial para mim. Não pela mesma razão que para o comum dos mortais, mas porque pessoas que me são muito queridas comemoram o aniversário.

O segundo cavalheiro a contar da esquerda, vestido de escuro, chama-se Rafael Campos e dá-me o prazer de ser meu tio.

É a única pessoa da minha família, quer materna, quer paterna, a quem posso ter ido buscar o gosto de pegar numa guitarra, cantar e fazer uma canção.

E ele tem talento. Lembro-me de o ver duas vezes na televisão (uma no "Já Está" do Joaquim Letria outra num programa apresentado pelo Vitor Espadinha que passava a vida a dizer "Rodó palco!") a cantar as suas canções, procurando a sorte que nunca apareceu, como tantas vezes acontece neste e noutros países.

Um fã ele ganhou, o seu sobrinho. Vi e revi muitas vezes a cassete de video que ainda deve existir em casa dos meus pais, lembro-me de ter transcrito a letra para uma folha de papel e ter aprendido a tocar a canção que apresentou na sua primeira aparição televisiva. Hoje procurei essa folha de papel mas entre mudanças de casa perdi-lhe o rasto. Ainda sei a melodia e algumas partes do texto de cor mas juro que um dia destes vou procurar aquela folha de papel para lhe fazer uma surpresa.

Tenho pena que a vida não lhe tenha proporcionado mostrar as suas canções ao grande público, embora alguns músicos com nome no mercado tenham gravado algumas. Quem sabe se um dia destes não vou revisitá-las...

Além da música o tio Rafa também gosta de dar côr ao pincel. O quadro que aparece na foto foi a sua prenda do sexagésimo aniversário da Senhora Dona Minha Mãe, que o exibe orgulhosamente ao lado dos manos Leopoldina e António. Por falar nisso, tio, já há muito que me prometeste um dos teus quadros. Agora acho que já tenho espaço para ele, por isso, um dia destes vou bater-te à porta armado em cobrador do traque. Acho que é um bom pretexto para te dar aquele abraço e matar saudades das nossas longas conversas, onde sempre me espantava com o teu capital de conhecimento adquirido em anos de vida e milhares de páginas lidas.
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Libre


Soy libre
porque hay alguien más
no estoy sólo
en la ciudad que se mueve
el amor envuelve
mi corazón
en libertad

Pedro Guerra
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9 de fevereiro de 2006

É aproveitar, freguês...

Hoje é Quinta-feira, por sinal a última do mês de Fevereiro em que tocaremos no Ribeirarte. Depois voltaremos em Março.

Que tal passaram por lá para nos fazerem uma visita?

Às 22h, como prometi, esparei por si...

Conversa de Taberna

Se há coisa que me irritam, tanto na vida como no futebol, é a questão dos estatutos. Simão Sabrosa ontem jogou mal, do princípio ao fim do jogo. Não foi substituído porquê? Porque é que têm que ser sempre os Geovannis e os Manducas a saírem mesmo quando estão a jogar bem?

Viram o Quim, ontem? Lembrem-se dele nos próximos jogos...

E o Leo, viram? era difícil não ver...

6 de fevereiro de 2006

Efeméride...

Eu sei que não gostas que muita gente saiba do teu aniversário. Deve ser a única coisa em que somos parecidos. Nisso e nos gostos musicais, claro!

Mas são 30 anos! É muita fruta!! Estás a ficar velho, o que me deixa preocupado porque se te conheço há doze, significa que também eu estou a envelhecer...

E são doze anos intensos. Desde a carteira do liceu até aos dias de hoje passaram muitas lutas, muitas emoções, muitos sonhos, muita música, desilusões, desavenças, vitórias, dois discos e muita história para contar.

Por tudo isto, e acima de tudo pela amizade que contraria as nossas diferenças, pela admiração que penso ser mútua, pelas canções que desenhámos juntos, e porque continuo a acreditar do fundo do coração que um dia vais chegar onde queres, não podia deixar de te mandar um abraço nesta data tão redonda.

Perdoa-me ser num sítio público mas, ao fim ao cabo, este espaço tem sido a minha voz.

PS: Serei o primeiro a conferir se vais manter a palavra e deixar de fumar aos 30. Pensa bem, se não fôr hoje será ao primeiro AVC...

5 de fevereiro de 2006

Grande Noite

Chore quem não viu. Principalmente quem soube e não quis...

Tito Paris ao vivo é uma coisa do outro mundo. O homem tem uma voz quente como África, compõe divinalmente, toca guitarra como eu gosto (as notas certas no sítio certo e um jeito só dele) e os arranjos são de um bom gosto que até dói na alma.

BRILHANTE!
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Lisboa_1

Daqui, desta Lisboa compassiva,
Nápoles por Suíços habitada,
onde a tristeza vil, e apagada,
se disfarça de gente mais activa;

Daqui, deste pregão de voz antiga,
deste traquejo feroz de motoreta
ou do outro de gente mais selecta
que roda a quatro a nalga e a barriga;

Daqui, deste azulejo incandescente,
da soleira da vida e piaçaba,
da sacada suspensa no poente,
do ramudo tristôlho que se apaga;

Daqui, só paciência, amigos meus !Peguem lá o soneto e vão com Deus...

Alexandre O`Neill

2 de fevereiro de 2006

Vasco Pulido Valente

Goste-se ou não da personagem ele é uma figura incontornável. Agora escreve no blog "O Espectro" (http://o-espectro.blogspot.com) coisas como esta:

"OUTRO DEPUTADO
A propósito, também estive no parlamento. Seis meses, com as férias de Natal pelo meio. Não fiz nada. O grande problema era arrumar o carro (não havia ainda uma garagem especial para os senhores deputados) e, a seguir, o almoço, sempre uma aventura naquela parte do mundo. De resto, corria tudo bem. Assinava o "livro", porque a Assembleia da República não confia nos representantes da nação e espera (compreensivelmente) que eles não ponham lá os pés. Só encontrei esta solicitude, aos treze anos, no Liceu Camões. Nessa altura, passava as tardes no cinema, angustiado pela "falta". Em S. Bento, não faltava ou, pelo menos, não faltava muito. Lia os jornais, os que tinha trazido e os do Pacheco Pereira. Nunca levei um livro por causa da televisão, que aparentemente embirra com deputados que lêem livros. Fora isso, conversava e passeava pelos corredores. Passos perdidos, de facto. De quando em quando recebia instruções para votar assim ou assado. Sem um comentário. A direcção da bancada é que sabe e manda. Às quatro e meia da tarde, no mictório nacional, imemorialmente entupido, a urina já chegava à porta (consta que neste capítulo as coisas melhoraram). Às cinco e meia, derreado, voltava para casa. Uma vez por semana, na minha comissão, a Defesa, ouvia um general indescrito repetir o comunicado da USIA sobre a Bósnia. Não se permitiam perguntas. No dia em que me demiti, um bando de jornalistas, de microfone espetado, exigiu explicações."

Pr. Julio Machado Vaz à presidência...

"sou a favor do casamento entre os homossexuais que sintam tal necessidade, bem como da adopção por casais homossexuais."

Este homem não é do Norte. Ai é, é! E tornou-se, definitivamente, uma das minhas referências. Desde a RTP2, passando pela Antena 1 e agora no seu Murcon.

Olhá Burra fresquinha....

A notícia vem com atraso mas aínda muito a tempo. O blog do meu querido João Balão, escrito no seu "exílio" de Barcelona, está de volta. A famosa Burra herbívora descongelou e vem mais fresca que nunca. E, imaginem, até traz música no seu regresso! Aproveitem a via rápida que se encontra do vosso lado direito e vão lá espreitar.

Lembrete

E porque hoje é Quinta-feira, lá os esperamos na Ribeira, ao Cais do Sodré. Excepcionalmente, e por motivo de greve, hoje não haverá malabaristas nem o número da foca amestrada. Mas música portuguesa não vai faltar. Espero que vocês também não.