24 de novembro de 2006

Sugestão para o fim-de-semana - URGENTE

"Não imaginei que o assobio viesse a gerar um musical. De alguma maneira pouco ortodoxo, mas de facto uma peça musical.Começou por ser uma colecção de canções que fui compondo com o Monge, que foram tão bem interpretadas nas suas versões originais, e que naturalmente criaram uma certa unidade."

Manuel Paulo

Saio do lindíssimo teatro S. Luiz e há uma comparação que não me sai da cabeça. Acabo de assistir ao musical "O Assobio da Cobra", escrito por Nuno Santos a partir do disco homónimo da dupla João Monge/Manuel Paulo, e venho a cantarolar os temas que já conhecia, com aquela boa disposição que nos acerta em cheio sempre que acabamos de assistir a um bom espectáculo.

Manuel Paulo é um brilhante músico e compositor que se mantém na sombra dos nomes dos projectos que tem feito vingar. É um dos esteios do projecto Ala dos Namorados, acompanhou Rui Veloso nos seus anos de ouro, produziu o afamado disco "Voz e Guitarra" e um dos melhores de Mafalda Veiga, "Tatuagens".

João Monge é um dos vultos da escrita para canções. Assinou muitos dos sucessos dos Trovante (Timor, Aerograma), da Ala dos Namorados (Loucos de Lisboa, História do Zé Passarinho), é o responsável por todos os textos do projecto Rio Grande, entre muitas outras coisas.

O elenco conta com nomes como Diogo Infante, Lia Gama, João Reis, Pedro Laginha, entre muitos outros.

A banda, para além do próprio Manuel Paulo, conta com três brilhantes executantes Massimo Cavalli (Contrabaixo), Rui Alves (Percussão) e Ruben Santos (Trombone).

O texto de Nuno Costa Santos é muito bem imaginado, com bons diálogos, e faz muito bem a ligação às canções que já existiam. As personagens são densas, as ligações fortes e os temas ousados.

A encenação, a cargo de Adriano Luz, é um dos pontos fortes do espectáculo. Proporciona uma excelente dinâmica e é muito imaginativo em pormenores como o espelho, que afinal é uma retroprojecção de imagens actuais e anteriores.

Quando saio, e me lembro do teatro a meio gás, não consigo evitar a comparação com Filipe La Féria. Em que é que este espectáculo é inferior aos do Politeama? Na minha opinião em nada, a não ser na publicidade. E hoje em dia a publicidade se não é tudo, é quase...

Infelizmente este espectáculo já só está em cena até Domingo (penitencio-me pelo alerta tardio). Mas se tiverem oportunidade não deixem de o ver!

Ah, e os preços são muito convidativos, principalmente para quem ainda não tem 30 anos.

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