21 de agosto de 2006

Figo verde?

A Bola - Ser-lhe-á rendida homenagem em Alvalade. Por norma não é de se emocionar, mas... é desta que o veremos chorar?
Figo — Não sei... É lógico que uma pessoa se emocione com estas manifestações e homenagens do clube que nos viu crescer. Mas também não é necessário verter lágrimas para sentir as emoções. Não deixo de ficar sensibilizado e orgulhoso, claro.

Apenas um pequeno excerto da entrevista de Luis Figo, publicada no jornal "A Bola" de hoje. Uma entrevista rídicula com o entrevistador sempre a puxar ao sentimento e o jogador sempre a "aliviar para canto".

Alguns jornalista e dirigentes do Sporting têm tentado passar a imagem que o regresso de Luis Figo ao Sporting terá o mesmo significado que o reencontro entre Rui Costa e o Benfica. Qualidades técnico-tácticas à parte (e a contratação de Figo será sempre uma mais-valia), a ideia é simplesmente descabida e só pode indiciar ou clubite aguda ou falta de memória.

Para desfazer o equívoco lembremos a forma como ambos os jogadores saíram dos clubes que os formaram. Rui Costa tinha uma proposta do Barcelona e outra da Fiorentina, e embora a primeira fosse muito mais aliciante desportivamente, acabou por rumar a Itália pelo facto da proposta italiana ser muito mais vantajosa para o...Benfica! Se bem se lembram, Luis Figo e Peixe saíram do Sporting quase em litígio, aproveitaram o fim dos respectivos contractos com o "clube dos seus corações", que acabou por receber um valor simbólico (ainda não existia o acordão Bosman) por dois dos mais prometedores jogadores da altura. Se a memória não me atraiçoa Luis Figo chegou mesmo a assinar por dois clubes italianos, acabando por ir parar ao Barcelona para resolver o imbróglio.

De resto as diferenças foram-se acentuando ao longo dos anos. Rui Costa sempre acompanhou e comentou a vida do Benfica, foi trunfo de campanha à presidência do clube, sempre afirmou que era sua vontade jogar no Glorioso antes de terminar a carreira. De Luis Figo apenas se ouviram palavras de simpatia para o clube onde se formou como jogador, e tal como nesta entrevista, nunca assumiu a vontade de regressar.

E por falar em diferenças, não estou a ver Figo chorar hoje à noite, se acontecer marcar um golo ao Sporting, muito menos Rui Costa trocar um clube pelo seu rival, como aconteceu com Figo em Espanha.

Sem em entrar em comparações descabidas sobre a qualidade futebolística dos jogadores ou as suas qualidades humanas, não deixa de ser caricato queres fazer o paralelo entre as duas situações.

PS: Parabéns à instituição Sporting Clube de Portugal pelo centenário!

1 comentário:

Uma vida qualquer disse...

O pior do pesetero não é sê-lo, pesetero entenda-se, é a dissimulação de bom rapazinho, ingénuo, humilde e que conseguiu com muito esforço vencer na vida - que sabe-se lá, mas os dois contratos assinados em simultâneo e a mentira descarada da transferência para o Real, a mim não me convencem. Enfim, valha-nos o bom futbol que praticou (com o Barcelona às costas) e às vezes ainda prática.