17 de maio de 2006

Profissionalização, já!

Já tinha este texto na cabeça há algum tempo mas tem-me faltado tempo para o concretizar. E ao fim ao cabo, hoje acabo de ter mais um argumento para alicerçar a minha ideia.

A profissionalização de que falo é a dos árbitros de futebol. Para todos os que são apaixonados por este desporto, como eu, já custa ver tanta trapalhada e tanto erro de quem é elemento fundamental do jogo, de quem tem tanto poder de alterar um resultado, como é o caso do árbitro.

Já nem vou falar dos casos de desonestidade e corrupção que estão sob investigação em Portugal e noutros países como a Itália. Falemos apenas e só dos aspectos técnicos e físicos. É já um lugar comum dizer-se que o futebol é, hoje em dia, uma industria que movimenta milhões de Euros e que já não se compadece com amadorismos. E não deixa de ser verdade que a velocidade, o ritmo e a intensidade do jogo aumentaram exponencialmetnte de há uns anos a esta parte. Então o porquê de um personagem tão importante deste filme ser tão pouco valorizado?

Aos árbitros pede-se este mundo e o outro, que não falhem, que não hesitem, que sejam tão bons como os melhores jogadores. Mas o que fazem os árbitros durante a semana, enquanto os jogadores se treinam duas vezes por dia acompanhados de treinadores, fisioterapeutas, técnicos e médicos? Uns são empregados de seguros, outros militares, outros muitas coisas mais. Em vez de treinarem afincadamente o físico para poder acompanhar as jogadas de perto, de analisarem cuidadosamente os videos do fim-de-semana e os erros cometidos, de arbitrarem jogos de treino e simularem situações de jogo, estão atrás de uma secretária, de um balcão ou noutra situação qualquer que em nada os ajuda a melhorar as suas capacidades para arbitrar.

E tudo isto me veio à ideia ao analisar a carreira do mais recente campeão europeu. Poucas dúvidas existem quanto ao real valor da equipa do Barcelona, quanto à excelência dos seus jogadores e quanto à beleza e qualidade do seu futebol. Poucas duvidas existem que este Barcelona tem capacidade para ganhar a qualquer equipa do mundo. Mas o que é facto é que conquista um título todo ele manchado por erros graves de arbitragem em seu benefício. Contra o Chelsea joga quase toda a primeira mão contra dez, beneficiando de uma expulsão mais que duvidosa de Del Horno. E o resultado obtido neste jogo foi determinante para eliminar aquele que "a priori" seria o seu mais temível adversário. Já o Benfica é claramente inferior mas quem garante que o desfecho da eliminatória não teria sido diferente se é marcada a grande penalidade contra o Barça, no final do primeiro jogo? Quem garante que tudo não seria diferente para o Benfica se tem ido para Barcelona com uma vantagem de um golo? E como se explica que um lance exactamente igual a este já tenha sido assinalado no segundo jogo? E como teria sido se o golo, limpíssimo, de Shevchenko tem sido validado e empatado a eliminatória a meio da segunda parte do segundo jogo?

São perguntas a mais, agravadas pelo que se passou na final de hoje. O lance da expulsão do Guarda-redes do Arenal é um erro infantil. É, claramente, um lance para dar a chamada lei da vantagem e permitir que fosse golo do Barcelona e que se tivesse continuado a jogar de onze para onze. À primeira vista até parece que o Arsenal foi beneficiado, porque não sofreu um golo nessa jogada, mas o resto do jogo provou que o facto de jogar com dez foi fatal. Já para não falar na dualidade de critérios em todo o jogo, sempre a favor do Barça.

Volto a dizer que não está em causa a qualidade do Barça, que até tem equipa para ganhar sem ajudas. Mas todos os resultados foram adulterados por terceiros, sempre a favor do mesmo, e quem ficou a perder foi o futebol. E se até um vulgar e mediano poruguês consegue perceber isto, como é que os senhores importantes da FIFA não chegam lá? São estas coisas que me escapam.....

2 comentários:

Barras disse...

deviam ser é todos como este arbitro:
http://www.youtube.com/watch?v=9ZUrPJ8F_vA

:P este sim é um exemplo a seguir (ou não...)!!!

um abraço Roger ;)

A Burra Nas Couves disse...

Plenamente de acordo, ó lindo!! E mais, acrescento, foi muito feio ver o Barça nos últimos minutos a "jogar à rabia" para queimar tempo, e aguentar o resultado, só lhe fica mal. Há uma clara diferença entre paixão clubística e paixão futebolística. Penso que me considero da segunda índole, e como tal, vi um Barça a querer ganhar custasse o que custasse, contra um Arsenal, esse sim, a dar "show de bola", lutando como um leão, sem baixar os braços pelo facto de ter menos um jogador, e assim mesmo chegando a provocar algumas dores de cabeça à defesa do Barcelona. O Barça ganhou, não por superioridade numérica, não por su+erioridade técnica, mas por duas ocasiões de sorte extremamente bem aproveitadas, mas apenas isso. Se me dessem a escolher o melhor jogador em campo, diria sem margem de dúvida Henry! No entanto, trata-se de um campeonato, e a taça que o Barcelona trouxe para cá, foi fruto de um percurso, e não apenas deste último jogo.
Mudando de assunto: já sei que me odeias, mas para te irritar mais ainda, tenho que te comentar que aqui em alguns círculos fazem-se comentários "mauzinhos", dizendo que foi a segunda vez que Koeman ajudou o Barça a ganhar a Champions (o que por um lado valoriza o Benfica, insinuando que se Koeman não estivesse como treinador, provavelmente teria sido mais difícil o Barça passar a eliminatória). Mas não ligues, são más-línguas!

Um abraço grande desde a bancada central!!!!!