4 de abril de 2005

Terri Schiavo

Terri Schiavo morreu a semana passada no meio de acesa polémica. Encontrava-se em estado vegetativo à mais de 15 anos, e após uma longa batalha judicial, o marido teve autorização para desligar o tubo que a alimentava.
Na passada sexta-feira, o DN publicou um artigo sobre este tema. Permitam-me que realce alguns parágrafos:
"Um ataque cardíaco deixou Terri Schiavo, de 26 anos, estendida no chão da sua casa sem respirar durante alguns minutos, causando-lhe graves lesões cerebrais que a puseram num estado vegetativo. Esse dia 25 de Fevereiro de 1990 determinaria a sua vida e também a sua morte, 15 anos mais tarde. Terri passou uma boa parte da vida a combater a obesidade com dietas extremas que levaram ao colapso do seu organismo em 1990. Teresa Marie Schindler - nome de solteira - nasceu a 3 de Dezembro de 1963 em Levittown (Pensilvânia) e passou a sua adolescência obcecada pela gordura, tendo conseguido reduzir o seu peso de 90 para 65 quilos. Com 1,60 metros de altura, Schiavo lutou constantemente para se manter com a silhueta que desejava.Os esforços dietéticos permitiram a Schiavo transformar-se numa jovem atraente. Em 1982 conheceu Michael Schiavo, com quem viria a casar-se, em Bucks County Community College, escola que ambos frequentavam. Com o tempo, no entanto, a jovem começou a desenvolver uma desordem alimentar, a ingerir apenas líquidos durante certos períodos e a vomitar propositadamente depois de consumir alimentos sólidos, como se depreende dos documentos apensos a um processo judicial de negligência médica. Durante este julgamento, e apesar do estado da sua esposa, Michael afirmou que Terri evidenciava hábitos alimentares peculiares, mas afirmou desconhecer que tal pudesse representar um perigo para a saúde. Os pais de Schiavo, por seu turno, asseguraram sempre que a sua filha nunca padeceu de desordens alimentares. Schiavo permaneceu 15 anos em estado vegetativo, depois de sofrer uma lesão cerebral permanente em 1990 após um ataque cardíaco causado por uma súbita quebra de potássio no seu organismo, originada alegadamente pela estrita dieta alimentar a que se estava a submeter.(...)"
Os sublinhados são da minha responsabilidade, e parecem-me bastante elucidativos. Depois de ler este artigo ficou-me uma pergunta a pairar na mente: em vez de toda a discussão sobre o prolongamento da vida de uma mulher que estava irremediavelmente perdida para a vida, não deveríamos estar preocupados com as causas que provocaram este infeliz desfecho? É que eu garanto-vos que conheço várias pessoas que usam ou já usaram estes "métodos" radicais de emagrecimento. E que estão a prejudicar gravemente a sua saúde para poder corresponder às "exigências" da sociedade moderna.
Aqui fica o artigo para quem o quiser ler na totalidade: http://dn.sapo.pt/2005/04/01/tema/obsessao_adolescente_determinou_vida.html
Rogério Charraz

Sem comentários: